Justiça derruba especial de comédia de Léo Lins
De acordo com a decisão da juíza Gina Fonseca Correa, que atendeu a um pedido do MP-SP, o comediante estaria "reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados"
247 - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu que o humorista Léo Lins foi obrigado a apagar do YouTube, na tarde desta terça-feira (16), um especial de comédia publicado no final de 2022 e contava com 3,3 milhões de acessos. De acordo com a decisão da juíza Gina Fonseca Correa, que atendeu a pedido do Ministério Público de São Paulo, o comediante estaria "reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados", mencionando piadas temas como escravidão, perseguição religiosa, minorias e pessoas idosas e com deficiências. Os relatos foram publicados pela jornal Gazeta do Povo.
A decisão proíbe que o humorista publique, transmita, ou mantenha em seus dispositivos arquivos "com conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável".
A magistrada também proibiu que Léo Lins deixe a cidade de São Paulo por mais de dez dias sem autorização judicial e ordenou que ele compareça mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades. A defesa do humorista disse que recorrerá da decisão. “Entendemos que isso configuraria censura prévia, o que é proibido dela Constituição”, apontou o advogado Rodrigo Barrouin.
