Milícias no Rio movimentam de podologia às criptomoedas
Investigação revela como as milícias operam uma economia criminosa sofisticada e diversificada, que vai desde pequenas extorsões até a chantagem de grandes empresas
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247 - Os últimos episódios de terror no Rio de Janeiro lançaram luz sobre a atuação das milícias no estado. Reportagem do jornal O Globo revela que a milícia controla uma rede intrincada de negócios que financia e sustenta as atividades dos grupos paramilitares no Rio de Janeiro. A reportagem destaca como essas organizações criminosas, responsáveis por episódios aterrorizantes, como o incêncio a 35 ônibus em represália à morte de um chefe, dominam vastas áreas da cidade e exploram cidadãos e empresários.
Um estudo do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) revela que as milícias controlam 284,3 quilômetros quadrados da Região Metropolitana fluminense, o equivalente ao município de São Gonçalo inteiro. A presença mais intensa está na Zona Oeste da cidade do Rio, onde cerca de um terço dos 6,2 milhões de habitantes cariocas residem.
A investigação revela como as milícias operam uma economia criminosa sofisticada e diversificada, que vai desde pequenas extorsões, cobrando taxas de moradores e pequenos comerciantes, até a chantagem de grandes empresas, que são forçadas a pagar pedágios para operar nas áreas controladas pelos criminosos.
Empresas legais são usadas como fachada para lavar dinheiro sujo, incluindo clínicas de podologia, postos de gasolina, farmácias, mercados e lojas de conveniência. Os paramilitares, muitas vezes, contam com "laranjas" para ocultar suas atividades ilegais, enquanto manipulam os preços dos produtos e serviços em áreas controladas, elevando os custos para os consumidores locais.
Além das atividades tradicionais, a milícia também se envolve em negócios rurais, como fazendas e criação de animais valiosos, bem como em investimentos em criptomoedas, tornando difícil rastrear a origem de seus fundos.
Apesar das recentes operações policiais que resultaram em prejuízos significativos para as organizações criminosas, os moradores dessas áreas continuam subjugados pelo medo, sendo forçados a pagar taxas ilegais sob ameaça de morte e perda de seus estabelecimentos comerciais.
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