MPF abre investigação para apurar se Ifood financiou campanha contra demandas trabalhistas de entregadores
MPF também investiga as empresas QI Marketing e Benjamin Comunicação, contratadas pelo aplicativo para elaborar uma campanha para desacreditar as reivindicações trabalhistas
247 - O Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) abriu uma investigação preliminar, por meio de uma notícia de fato, para apurar se o aplicativo de delivery Ifood teria financiado secretamente campanhas de marketing contra as reivindicações trabalhistas dos entregadores da empresa. De acordo com a coluna do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, a investigação foi aberta nesta segunda-feira (18).
Segundo a reportagem, o procurador Yuri Corrêa Luz “determinou de imediato que os representantes do Ifood e das empresas QI Marketing e Benjamin Comunicação — contratadas para gerir a campanha de desmobilização dos entregadores — apresentem em até 15 dias suas respectivas versões”, além de apresentarem cópias de documentos sobre o suposto contrato firmado entre as investigadas.
A representação apresentada pelo Grupo de Trabalho de Direito Humanos e Empresas da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão em São Paulo, com base em uma reportagem da da Agência Pública de Jornalismo Investigativo, destaca a possibilidade de que o aplicativo e as empresas de marketing contratadas podem ter “praticado condutas que violariam direitos humanos de trabalhadores, assim como direitos à informação, à verdade, à liberdade de associação, de reunião e de manifestação, e à liberdade de gozar de condições justas de trabalho”.
O procurador ressaltou, ainda, que a princípio empresas de publicidade teriam contratado pessoas “para se infiltrar, de diferentes modos, em movimentos sociais dos entregadores do aplicativo” e “a atuação estaria focada em uma espécie de ‘contra-propaganda’ para desmobilizar as reivindicações dos entregadores cadastrados na plataforma” afetando “a compreensão do público geral a respeito do que era demandado pelos entregadores”.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
