MPF vai reabrir inquérito sobre compra de pistolas Glock pela intervenção no Rio
Após a Operação Perfídia da PF, o MPF quer saber se foram os mesmos agentes públicos que negociaram e autorizaram a compra, tanto dos coletes balísticos quanto das pistolas
247 - O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) tomou a decisão de reabrir uma investigação relacionada à aquisição de 27 mil pistolas da marca Glock em 2018, durante a intervenção federal na segurança pública do estado, informa o jornalista Chico Otávio, do jornal O Globo. Essa medida foi adotada após a deflagração da Operação Perfídia, ocorrida nesta terça-feira, que está focada em alegadas irregularidades na dispensa ilegal de licitação e em atividades de uma organização criminosa durante a compra de 9.360 coletes balísticos no mesmo período da intervenção.
O procurador da República Eduardo Benones, que havia arquivado o caso em 2019, explicou que agora solicitará a reabertura das investigações devido às semelhanças com o inquérito relativo à compra dos coletes. Assim como na aquisição das pistolas, a compra dos coletes foi realizada sem a necessidade de licitação. >>> Como ministro de Bolsonaro, Braga Netto manteve contato com lobistas e intermediários ligados a empresas suspeitas de corrupção
A reabertura deste caso permitirá ao MPF verificar se os mesmos agentes públicos estiveram envolvidos na negociação e autorização das compras, incluindo o general Braga Netto, que liderou a intervenção. Embora o general Braga Netto não tenha sido alvo de buscas na Operação Perfídia, o sigilo de suas comunicações telefônicas foi quebrado por decisão judicial.
A compra das pistolas Glock, calibre .40, representou um gasto de R$ 43,3 milhões em recursos federais destinados à intervenção. A Polícia Militar do Rio de Janeiro adquiriu a maior quantidade, com um total de 15 mil pistolas, enquanto a Polícia Civil recebeu 9.360. A Secretaria de Administração Penitenciária e o Corpo de Bombeiros também foram contemplados com 3 mil e 64 pistolas, respectivamente.
O procurador Benones, que também estava encarregado da investigação relacionada à compra dos coletes, informou que um procedimento sobre a compra das pistolas foi iniciado em 2019, devido à credibilidade da fonte da denúncia. No entanto, naquela época, a investigação não conseguiu alcançar resultados conclusivos, o que levou ao arquivamento do caso.
