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Sudeste

No Rio, Marcha das Vadias pede fim da violência

Cerca de mil mulheres estiveram na Praia de Copacabana, zona sul, para chamar a atenção sobre casos de estupro, agressão e homicídios contra mulheres, geralmente por causa passional; relatório do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, mostra que pelo menos 15 mulheres foram estupradas por dia, no ano passado, em todo o Estado.

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Agência Brasil - Segurando cartazes pela descriminalização do aborto e contra o machismo, cerca de mil manifestantes estimados pelos organizadores pregaram o combate à violência contra a mulher durante a  Marcha das Vadias, realizada no último sábado (26), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Militar, os participantes foram 400.

Mulheres e homens se concentraram no Posto 4 da orla a partir das 13 horas e rumaram às 15h30 até a Praça do Lido, no Posto 2. O movimento, iniciado no 2011, em Toronto, no Canadá, ganhou este ano caráter nacional no Brasil, ocorrendo simultaneamente em mais de 20 cidades brasileiras e, também, no exterior.

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As integrantes do movimento, usando pouca roupa e maquiagem chamativa, cantavam slogans como “eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente com a roupa que escolhi, e poder assegurar, de burca ou deshort, todos vão me respeitar” ou ainda “a nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito”.

A primeira Marcha das Vadias foi organizada por estudantes da Universidade de Toronto após  declaração de um policial, em palestra na cidade canadense, de que o fato de as mulheres se vestirem como “vadias”, com saias curtas e decotes ousados, poderia estimular o estupro.

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Uma das organizadoras da marcha no Rio, Jandira Queiroz, disse à Agência Brasil que o objetivo dos protestos é chamar a atenção nacional para “um fenômeno muito negativo na nossa sociedade, que é o tamanho da violência sexual no país”. Declarou que todos gostam de ver as pernas de fora e um decote profundo das mulheres, mas também punem com violência se elas usam isso.

Segundo Jandira, “já é tempo de a sociedade entender que, se o homem pode andar sem camisa,  por que as mulheres são chamadas de vadias e menosprezadas ou diminuídas no seu valor porque estão usando uma roupa mais fresca, em um país como o Brasil?”

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De acordo com  relatório do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, pelo menos 15 mulheres foram estupradas por dia, no ano passado, em todo o estado.

Jandira lembrou que esse é um número subnotificado, porque muitas mulheres sofrem violência  sexual na própria casa e têm medo ou vergonha de relatar o fato. “As que chegam nas delegacias são, na maioria das vezes, culpadas pela própria violência sofrida”, denunciou.

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A militante disse que, com a democratização no Brasil e leis em defesa da mulher, como a Lei Maria da Penha, esperava que esse tipo de crime diminuísse. “Mas não é o que a gente vê”. Externou também preocupação com o movimento de conservadorismo que, na sua avaliação, está crescendo no país.

Na próxima edição, em 2013, a idéia é que a Marcha das Vadias tenha uma abrangência, “no mínimo, latino-americana", disse Jandira.  O movimento já é realizado em vários países, mas em datas diferentes. A meta é que haja uma data comum para a realização em todo o mundo.

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A engenheira agrônoma Renata de Prá destacou que o movimento é essencial para que as mulheres ocupem o seu lugar na sociedade. “Ser livre é um direito”, sustentou.

A manifestão contou com a participação intensiva dos homens. O estudante de biologia Anderson Almeida apoia a marcha porque, “da mesma forma que os homens têm vários direitos, as mulheres também têm”. Frisou que as pessoas ainda têm uma visão intolerante e conservadora das mulheres. Para ele, a roupa que a mulher veste não pode justificar a violência sexual.

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A opinião é compartilhada pelo médico Ricardo de Oliveira Blanco. “A mulher tem o direito de se vestir como quiser. Isso não dá direito a ninguém de abusar sexualmente ou mesmo violentar  uma mulher alegando o jeito de ela se vestir. Cada um tem a liberdade de se portar e se vestir como quiser. Afinal, a gente vive em um país democrático”, ressaltou.

Na avaliação do poeta e compositor Tony Melo, a liberdade de expressão deve ser apoiada sempre, por todos, do mesmo modo que o combate à violência contra a mulher. “Tudo que for livre, tudo que for saudável, tudo que for pela quebra de tabus, estou apoiando. Liberdade acima de qualquer coisa”.

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