O único Estado que a favela conhece é a ponta do fuzil da PM, diz deputada Dani Monteiro
Deputada estadual do PSOL debateu no 7º Encontro de Assinantes do 247, em Niterói, a política de extermínio dos governos Bolsonaro e Witzel e comentou sobre o estado de guerra sob o qual vivem as favelas cariocas. “É uma realidade de sangue, de morte de guerra civil. Quem não mora na favela não consegue imaginar o que são as casas furadas de balas sistematicamente”, relatou. Assista
247 - A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ) falou no 7º Encontro de Assinantes do 247, em Niterói, no último sábado 26, sobre a política de extermínio dos governos de Jair Bolsonaro e do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ela ainda falou do cotidiano de opressão vivido pelas comunidades cariocas.
Dani contou que moradores da favela não têm amparo do Estado e só são apresentadas à agressividade da polícia como “política pública”. Isso faz com que a comunidade tome medidas para se proteger da presença policial.
“É uma realidade de sangue, de morte de guerra civil. Quem não mora na favela não consegue imaginar o que são as casas furadas de balas sistematicamente, que têm bloqueios, valas, pneus com cimento montados na porta muitas vezes para a polícia não entrar. Aí a polícia coloca como se essas barricadas fossem a defesa da criminalidade, mas não, isso significa a defesa da própria comunidade, porque o único Estado que a favela conhece é a ponta do fuzil da Polícia Militar, esse é o Estado brasileiro que chega nas favelas”. Ela ressaltou também que a política de extermínio de Bolsonaro e Witzel não é nova, já vem da matança contra os povos originários e africanos.
Questionada sobre a herança deixada pela vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, uma vez que depois de sua morte, quatro mulheres jovens negras se elegeram pelo PSOL do Rio de Janeiro, a deputada afirmou que trata-se de uma construção de candidaturas que já vinha antes de Marielle.
