Odebrecht diz que pagou R$ 600 mil à Agetransp em nome do PMDB-RJ
Em delação, o executivo Paulo Cesena, até mês passado presidente da Odebrecht Transport, afirmou que a Supervia, concessionária de trens do Rio, controlada pela Odebrecht, pagou R$ 600 mil a dois diretores da Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp); o pagamento foi feito pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina criado pela empreiteira para gerir repasses de recursos ilegais; segundo executivo, o atual presidente da Agetransp, Cesar Mastrângelo, e o diretor Arthur Bastos receberam R$ 600 mil em nome do PMDB-RJ; Bastos foi tesoureiro da legenda e chefe de gabinete do chefe da Casa Civil de Sérgio Cabral, Régis Fitchner
Rio 247 - Em delação premiada, o executivo Paulo Cesena, até mês passado presidente da Odebrecht Transport, afirmou que a Supervia, concessionária de trens do Rio de Janeiro, controlada pela Odebrecht, pagou R$ 600 mil a dois diretores da Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp), responsável por fiscalizar a atuação da Supervia junto aos trens, metrô e barcas do Rio de Janeiro. O pagamento foi feito pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina criado pela Odebrecht com o objetivo de gerir os repasses de recursos ilegais. Segundo o relato do executivo, o atual presidente da Agetransp, Cesar Mastrângelo, e o diretor Arthur Bastos receberam R$ 600 mil em nome do PMDB-RJ. O pedido foi feito em 2014, em uma reunião na sede da agência, na presença de Carlos José Cunha, presidente da Supervia.
"Carlos José me informou que esses pagamentos poderiam levar a uma proximidade maior com os diretores da agência reguladora e consequentemente com o governo do PMDB. (...)", afirmou Cesena. Os relatos foram publicados na coluna de Lauro Jardim.
No departamento de propina, os pagamentos foram listados com o codinome "Plataforma". Cesena entregou planilhas do Setor de Operações Estruturadas como prova.
Antes de ser diretor da Agetransp, Artur Vieira Bastos, foi tesoureiro do PMDB-RJ e chefe de gabinete do chefe da Casa Civil de Sérgio Cabral, Régis Fitchner. Mastrangelo foi diretor de relações institucionais do Metrô-Rio antes de ir para a agência.
Em nota, a Agetransp disse que "os conselheiros Cesar Mastrangelo e Arthur Bastos repudiam veementemente as informações atribuídas à suposta delação premiada de Paulo Cesena. Os conselheiros negam com veemência qualquer pedido de recurso em nome de partido político ou para qualquer finalidade".
"Arthur Bastos desfiliou-se do PMDB em 2013 e Cesar Mastrangelo nunca teve qualquer vinculação político-partidária, tendo trabalhado a maior parte da carreira na iniciativa privada. Os conselheiros se colocam à disposição das autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos. Os conselheiros ressaltam que, desde que o atual conselho diretor tomou posse na agência reguladora, em 2014, houve total rigor na fiscalização dos sistemas de transportes e rodovias regulados", afirmou.
De acordo com o texto, "em dois anos e dez meses, o atual conselho diretor foi responsável por 73 das 97 multas aplicadas à concessionária SuperVia desde o início da concessão, em 1998, o que representa 75% do total de penalidades já aplicadas à concessionária".
"Apenas entre 2014 e 2015, o atual conselho diretor havia aplicado 52 multas (R$ 5,3 milhões) de um total de 76 penalidades de multa aplicadas, até então, à concessionária SuperVia. Em 2016, de janeiro a outubro, foram aplicadas 21 multas à SuperVia, em um total de R$ 1,3 milhão").
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