ONU exige apuração imparcial e responsabilização dos culpados pela chacina no Guarujá
Órgão enfatiza a necessidade de o Brasil combater a impunidade entre os policiais envolvidos em casos de abuso
247 - A Organização das Nações Unidas (ONU) está cobrando uma investigação imparcial e a punição dos responsáveis pela chacina no Guarujá. Segundo a entidade, é de extrema importância que essa situação não seja ignorada e que os padrões internacionais sejam devidamente observados, informa Jamil Chade, do UOL: "estamos preocupados com as mortes e pedimos uma investigação imediata, completa e imparcial, de acordo com os padrões internacionais relevantes - particularmente o Protocolo de Minnesota sobre a Investigação de Mortes Potencialmente Ilegais - e que os responsáveis sejam responsabilizados", diz o comunicado.
Nos últimos anos, a violência policial tem sido uma questão recorrente nas queixas da ONU ao governo brasileiro, especialmente em relação à morte de jovens negros nas periferias das grandes cidades do país. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), as demandas da ONU sobre esse tema provocaram críticas do então presidente à cúpula da organização, gerando uma tensão inédita na relação entre a ONU e o Brasil desde a redemocratização.
"Em diversas oportunidades, como no caso dos debates sobre a violência policial nos EUA contra George Floyd, o governo brasileiro foi um dos poucos a sair em defesa do papel dos agentes de segurança. Naquele momento, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, causou consternação dos demais diplomatas ao defender os policiais, em meio ao debate sobre o homem negro que havia sido asfixiado por policiais brancos", lembra a reportagem.
Recentemente, na semana passada, a ONU entregou um documento ao Estado brasileiro, quatro dias antes da operação no Guarujá, alertando sobre a violência policial no país. Esse informe foi elaborado pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, que fez um diagnóstico da situação nacional e apresentou recomendações ao governo. O órgão enfatizou a necessidade de o Brasil combater a impunidade entre os agentes envolvidos em casos de abuso de força.
