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Sudeste

Ordem e regresso

Sim, a PM foi eficaz na USP. Mas polícia não combina com universidade

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Há algo de inquietante no espetáculo promovido pela Polícia Militar de São Paulo para garantir a reintegração de posse da reitoria da USP. Armados até os dentes, numa operação digna do filme “Tropa de Elite”, os policiais tomaram o prédio e prenderam 72 estudantes. Cumpridores do seu dever, os homens fardados fizeram o que a Justiça havia determinado e enquadraram os “maconheiros mimados” – todos “filhinhos de papai” que não têm gratidão pela educação pública que recebem.

Do lado de fora, muitos saudaram o “choque de ordem” e a “aula de democracia” que o governador Geraldo Alckmin teria dado aos estudantes. Só faltou um Capitão Nascimento para cobrir de porrada aqueles “vagabundos” com cabelo rastafári, que depredavam o patrimônio construído com o suor do cidadão brasileiro pagador de impostos.

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Ordem e progresso? Não, ordem e regresso. Na crônica dos acontecimentos, os estudantes que ocupavam a reitoria eram chamados de “fascistas encapuzados”. E boa parte da população via com naturalidade – e até com bons olhos – uma ação militarizada dentro de um campus universitário. Onde será que está mesmo a semente do fascismo?

Uma das poucas vozes a se levantar contra a marcha da insensatez foi a do ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, que lembrou que a “USP não é a cracolândia”. Mas ele foi logo silenciado pelo coro estridente dos bons-moços e chamado de “frouxo” pelo adversário José Aníbal, que é também pré-candidato à prefeitura paulistana, pelo PSDB. “Pau nos vagabundos”, parecem gritar as hostes conservadoras.

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Pouca gente, no entanto, parou para pensar no que realmente pedem os estudantes. Faz sentido prender alunos que fumam maconha num local como a USP? Não será mesmo a vida universitária um ritual de passagem, como definiu o deputado Paulo Teixeira? E por que não aproveitar o episódio para discutir a descriminalização das drogas leves?

Se há mesmo necessidade de policiamento na USP, não se trata de um batalhão de choque, mas sim de uma polícia comunitária e mais tolerante.

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