Padre Júlio Lancellotti processa vereadora bolsonarista por calúnia e difamação
Religioso pede R$ 30 mil por danos morais após ser acusado de “assistencialismo midiático”
247 - O padre Júlio Lancellotti entrou com uma ação judicial contra a vereadora Janaina Ballaris (União Brasil), de Praia Grande, no litoral de São Paulo, por calúnia e difamação. Ele pede uma indenização de R$ 30 mil por danos morais, alegando ter tido sua imagem pública atacada em uma entrevista concedida pela parlamentar à rádio CBN Santos, em dezembro de 2024. A informação foi divulgada pelo portal G1.
Durante a entrevista, Janaina afirmou que o trabalho do padre se enquadraria em um “assistencialismo midiático”, crítica feita uma semana após o religioso compartilhar em seu perfil no Instagram um vídeo da parlamentar orientando a população a não alimentar ou dar dinheiro a pessoas em situação de rua. A legenda da publicação de Lancellotti dizia: “Impressionante, vereadora eleita de Praia Grande”. O vídeo rapidamente viralizou, ultrapassando 390 mil visualizações e gerando forte repercussão negativa.
Na ocasião, a vereadora declarou: "Eu acho que dar assistência é diferente do assistencialismo. O assistencialismo é fazer o que o padre faz, que é louvável, dar comida, mas dar assistência é você encaminhar". E completou: "O assistencialismo é fácil, você faz bonito para todo mundo ver".
Em outro trecho da entrevista, Ballaris sugeriu que muitas pessoas praticam ações solidárias apenas por vaidade religiosa: “Só que nem olha para a cara da pessoa [...] dá [comida] como se estivesse dando para o cachorrinho”.
A defesa do padre, representada pelo advogado Nicholas Berro, sustenta que as falas da vereadora desqualificam o trabalho social e pastoral realizado por Lancellotti há décadas. No processo, Berro afirma que Janaina intensificou as insinuações ao publicar um story no Instagram chamando seguidores para assistir ao vídeo completo da entrevista no YouTube. Na legenda, segundo ele, a vereadora sugere que o padre recebe dinheiro do governo e que pretendia se reunir com um vereador para investigar o caso.
"Esse compartilhamento, além de dar amplitude às acusações, dá a entender que o autor comete crime, maculando ainda mais a honra do autor perante a comunidade e fomentando comentários negativos ao redor de seu nome", destacou o advogado.
Apesar do pedido da defesa para que o processo tramitasse em segredo de Justiça, o pedido foi negado. Até o momento, não há decisão judicial, mas o prazo para a apresentação da defesa de Ballaris vai até a próxima quarta-feira (16).
Em nota ao g1, a vereadora afirmou que não esperava ser processada por um líder religioso e lamentou a ação. “Apenas e tão somente expressei a minha singela opinião sobre pessoas em situação de rua. Ele compartilhou meu vídeo fora do contexto e com isso sofri cancelamento nas redes sociais”, disse.
O processo segue em tramitação e promete repercutir não apenas no meio político de Praia Grande, mas também nas redes sociais, onde ambos os envolvidos têm forte presença.
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