Paes diz que prefeitura vai processar Bethlem
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou que o Executivo entrará na Justiça contra o ex-deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), acusado pelo MP-RJ de receber propina da ONG Tesloo no período em que comandou a Secretaria municipal de Assistência Social - novembro de 2010 a junho de 2012; a Procuradoria Geral do Município quer reaver cerca de R$ 5 milhões em ações contra a ONG"; sobre a ação, o gestor disse que "já está decidido"
Rio 247 - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou em evento neste sábado (4) que o Executivo municipal entrará na Justiça contra o ex-deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). O ex-parlamentar é acusado pelo Ministério Público (MP-RJ) de receber propina da ONG Tesloo durante o período em que comandou a Secretaria municipal de Assistência Social, entre novembro de 2010 e junho de 2012.
Promotores rastrearam movimentações de R$ 2,2 milhões em cinco contas de Bethlem na Suíça em três anos, conforme mostrou o Globo. De acordo com o MP, as movimentações nas contas de Bethlem coincidem com a assinatura de contratos durante sua gestão à frente da secretaria. A Tesloo teria sido beneficiada com cerca de R$ 50 milhões em convênios firmados com a pasta.
Paes deixou claro que a Procuradoria entrará na Justiça contra o ex-secretário, que também foi um dos coordenadores de sua campanha à reeleição, em 2012. "A Procuradoria Geral do Município está atenta, acompanhando o Ministério Público e provavelmente vai entrar com uma ação. Isso tudo já está decidido", disse.
Segundo a Procuradoria Geral do Município (PGM), "o valor citado pelos promotores já havia sido identificado pela auditoria da prefeitura nos contratos da Tesloo. A PGM luta para reaver cerca de R$ 5 milhões em ações contra a ONG". O MP pediu às autoridades suíças que o dinheiro das contas de Bethlem seja repatriado ao Brasil. A ação da prefeitura tem como objetivo fazer com que esses recursos voltem aos cofres municipais.
O prefeito Eduardo Paes demonstrou indignação pelo PMDB ainda não ter expulsado Bethlem do partido. "O Dornelles diz que os partidos parecem buquês de flores, têm rosa, têm flor de velório e têm tiririca do brejo também. Então, vida que segue, mas eu não gosto da presença [de Bethlem no partido], não", disse.
Durante seu pronunciamento, Paes afirmou que vê como normal o fato de a sindicância da prefeitura nos contratos da Tesloo ter concluído, em dezembro de 2014, que não havia indícios de recebimento de propina por parte do ex-secretário. De acordo com o chefe do Executivo, a prefeitura não dispõe de recursos para constatar esse tipo de irregularidade.
"A prefeitura não é polícia. A gente fez uma auditoria no contrato, mas não quebrou o sigilo e não ficou vendo conta de ninguém, então não tinha nenhuma comprovação de que ele estivesse se beneficiando com aquilo. Esse era um trabalho do Ministério Público e da polícia, como eles estão fazendo", acrescentou.
O advogado de defesa de Rodrigo Bethlem, Michel Assef Filho, voltou a negar que seu cliente tenha recebido propinas da ONG Tesloo. O defensor afirmou que só pode se posicionar sobre a ação da prefeitura depois que ela for impetrada na Justiça.
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