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Sudeste

Pai faz o trabalho da polícia e prova inocência dos filhos negros acusados de roubo

Os jovens foram reconhecidos como os ladrões, mas o ato policial teria induzido vítimas. O pai reuniu imagens que provam que era impossível que eles estivessem no local do crime

O pai, Luiz Marques, com os filhos: a cor da pele reduz o direito de defesa (Foto: Reprodução da TV Globo)
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247 - Dois jovens negros presos injustamente sob a acusação de roubo foram soltos pela Justiça na última sexta-feira.

Luiz César Marques Júnior, de 24 anos, e Gustavo Marques, de 20, estavam presos em Diadema, Grande são Paulo.

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A acusação contra eles era de roubo de carros. O pai, Luiz César, fez o trabalho da polícia e reuniu provas de que os filhos estavam em outro local no momento do crime.

“Não escutaram a gente no momento, o que a gente falou eles simplesmente ignoraram. A Justiça precisa parar com isso, a base de roupa não é base para condenar alguém, procurar investigar mais, olhar pelas pessoas, não pela cor, mas pelo ser humano”, disse Luiz César Marques Júnior, em reportagem publicada pelo G1.

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O roubo de um dos veículos ocorreu na Rua Paquistão, em São Bernardo do Campo, por volta das 18h47 dia dia 1o de março. Eles foram detidos por estarem encostados no carro, fumando cigarro, horas depois.

A polícia chamou as vítimas do roubo, que fizeram o reconhecimento dos jovens. Porém há indícios gritantes de falhas nesse procedimento.

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Os policiais colocaram apenas uma pessoa ao lado dos dois, com características físicas muito diferentes das deles. 

"Eles foram colocados do lado de um jovem com uma estatura corporal muito diferente da deles. Eles são magros, negros. Colocaram eles do lado de apenas uma pessoa, o que já estava errado", relatou a advogada dos jovens, Monique Marques.

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O artigo 226 do Código de Processo Penal determina que, no ato de reconhecimento, o suspeito (ou suspeitos) seja colocado ao lado de pessoas com características parecidas com as dele para que as vítimas façam o reconhecimento, e não haja risco de engano.

O pai, que no momento do crime estava com eles em um bar, conseguiu imagens de câmera de segurança que mostram que era impossível que os filhos estivessem no local onde os carros foram roubados.

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As imagens mostram todo o trajeto deles até o bar. E os carros foram roubados em outros locais.

Na sexta-feira, a juíza mandou soltá-los. “Tendo em vista que os réus são primários e não ostentam maus antecedentes, bem como levando-se em conta as imagens juntadas, entendo por bem revogar a prisão preventiva de ambos e as substituo por medidas cautelares diversas da prisão”.

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Em nota, a Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que "o caso foi registrado pelo 3º DP de Diadema. Na ocasião, os suspeitos foram reconhecidos por duas vítimas. O inquérito policial foi encaminhado para análise do Poder Judiciário e, até o momento, não retornou à unidade para novas diligências".

O pai, por sua vez, declarou:

"Em momento algum deram chances de defesa para os meninos, eu acho que todo homem tem o direito de defesa, mas o sistema não dá o direito, principalmente da gente que é negro”, afirma Luiz César Marques, pai de Gustavo e Luiz.

 

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