Participantes de tour de cultura negra são constrangidos pela PM por mais de 3 horas no centro de SP
A caminhada ocorre semanalmente para contar a história de lugares e personagens negros de São Paulo. No evento de sábado, o grupo de 12 participantes foi abordado pela PM no início do trajeto

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247 - Participantes da Caminhada São Paulo Negra, um tour organizado pela Black Bird Viagem, foram constrangidos pela Polícia Militar por cerca de 3 horas no centro de São Paulo, no sábado, 24, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo.
A caminhada ocorre semanalmente para contar a história de lugares e personagens negros de São Paulo. No evento de sábado, o grupo de 12 participantes foi abordado pela PM no início do trajeto, quando estavam na Praça da Liberdade.
Quatro policiais militares "disseram que tinham recebido um ofício informando que ocorreria uma manifestação do movimento negro e iriam acompanhar. Um dos guias explicou que se tratava de um passeio turístico, comprovando com documentos, como CNPJ da empresa e anúncio do passeio, mas eles ignoraram, e dois policiais de moto começaram a nos seguir", conta o organizador da caminhada, Guilherme Soares Dias.
"Durante três horas, eles foram filmando, com uma distância relativamente perto e nós ficamos coagidos e constrangidos com a situação. Parecia que tinha alguma coisa de errado com a nossa atividade. Primeiro, a gente achou que fosse algo relacionado à pandemia, mas entendemos que não. No trajeto, encontramos uma candidata a vereadora com mais de 30 pessoas", diz Dias.
"Tentamos tratar o assunto com leveza, mas as pessoas se sentiram bastante incomodadas", continua. "Como empresa, nós temos o direito de saber quem mandou o ofício e porquê nos acompanharam por três horas."
"O próprio governo do estado está incentivando a volta das atividades econômicas e o setor de turismo foi um dos mais afetados. Infelizmente, na nossa primeira atividade tivemos esse episódio. Para nós era importante a grana que estava entrando e retomar a narrativa, porque é um projeto empresarial", afirma Dias.
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