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Sudeste

PM da Bahia faz mais de 100 punições contra grevistas

Corporao instaura processo administrativo disciplinar contra quase 100 policiais; at quem enviou mensagem por SMS incentivando a greve pode ser punido; vrios esto sendo presos

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Jaciara Santos_Bahia247- Ao contrário do que alardeou durante todo o período de negociação, o governo do estado pode estar punindo policiais militares que participaram de forma pacífica da greve registrada entre os dias 31 de janeiro e 11 deste mês de fevereiro. Em documento reservado publicado no Boletim Geral de Operações (BGO) da Corporação e ao qual o Bahia 247 teve acesso, na seção intitulada Separata nº 30 junta joio e trigo, nivelando quem tomou viatura de assalto com quem meramente enviou mensagens via SMS ("torpedos") relatando a movimentação. Nesse balaio, quase 100 praças estão afastados de suas funções operacionais e responderão a inquérito disciplinar que pode ou não evoluir para punições incluindo a demissão.

Tudo depende do entendimento do que é participar "pacificamente", teoriza o capitão Marcelo Pita, coordenador de Comunicação Social da Polícia Militar do Estado da Bahia. Ações como impedir a saída de guarnições, tomar viaturas de assalto e furar pneus de veículos oficiais são facilmente percebidas como crimes passíveis de punição. Mas e quanto ao envio de torpedos? Se com um simples clique o policial convidou o colega a aderir ao movimento é considerado na contramão da lei militar, sim, diz o porta-voz da PMBA.

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Punição

Alçado ao posto de líder da greve após a prisão do ex-soldado Marcos Prisco, presidente da Aspra (associação que representa soldados, bombeiros e familiares, mas que não tem legitimidade perante a PMBA) o soldado Ivan Carlos Leite está entre os praças que tiveram punição recomendada. A acusação que pesa contra ele: "a participação como um dos líderes do movimento grevista e interlocutor com o Governo do Estado, permanecendo afastado das atividades funcionais", conforme despacho do coronel Alfredo Castro, comandante geral da PM, no documento reservado.

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Por esse delito, Ivan Carlos vai ficar em expediente administrativo, enquanto durar o processo sob a condução da comissão formada pelo major PM Gilberto Marins Santos e pelos capitães Marcelo Woytysiak de Jesus e Moema Costa Barbosa, do quadro da Corregedoria da PM. Sob a ótica do comando, a conduta de Ivan Carlos "compromete o bom nome da classe e macula a imagem da corporação". Surpreso com a instauração do processo contra si, o soldado teme por outras represálias. De folga nesta quarta-feira (15), ele reassume amanhã seu posto de patrulhamento na 14ª CIPM (Lobato) onde é lotado e não sabia que existe a recomendação para que seja retirado das atividades operacionais.

Sobre a punição que pode ser aplicada a Ivan por sua participação na greve, o capitão Pita lembra que ele - como todos os demais - terá a seu favor o princípio do contraditório e da ampla defesa: "Se ficar provado que não cometeu crime não haverá punição".

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Processos administrativos

Pelo menos 91 policiais militares já estão com Processos Administrativos (PADs) instaurados. Um número não informado também teve a prisão preventiva decretada e está sendo preso. Embora admita que alguns mandados de prisão estão sendo cumpridos, Pita nega que todos os que estão relacionados na Separata nº 30 estejam nessa situação. "Uma coisa é o processo administrativo, outra é a questão criminal", frisa.

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Dentre os policiais que estão com prisão preventiva e teve seu nome relacionado para instauração do PAD, está o advogado Fábio Brito, assessor jurídico da Aspra. "Sabe qual foi minha participação? Constar do rol de diretores da Aspra, porque nem presencialmente eu participei direito do movimento, pois a minha forma de contribuição é apenas jurídica", diz.

Segundo Brito, suas idas à Assembleia Legislativa durante a ocupação do prédio se resumiram a, no máximo, quatro vezes. "E apenas para me reunir com os advogados e traçar em conjunto estratégias jurídicas", pontua. "Continuei dormindo na minha casa, com minha família, mas fui incluído como latrocida, integrante de quadrilha, assassino de moradores de rua...", desabafa.

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A Separata 30 publicada no BGO relaciona 91 policiais militares em um total de 14 processos administrativos disciplinares. Com um total de 29 integrantes relacionados, o 4º BPM, com sede em Alagoinhas, é a unidade que possui mais policiais sob investigação. Todos são acusados de infringir vários dispositivos da Lei n.° 7.990 de 27 Dez 01 (Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia).

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