Polícia pede prisão por suspeitos de crime de cabeleleiro encontrado amarrado, amordaçado e nu dentro de casa em SP
Testemunhas ouvidas pela polícia relataram movimentação na casa durante a madrugada
247 - O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pediu à Justiça a prisão temporária de dois suspeitos de envolvimento na morte do cabeleireiro José Roberto Silveira, de 59 anos, encontrado amarrado, amordaçado e nu dentro de sua casa no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. As informações foram divulgadas pela CNN Brasil, que teve acesso a detalhes da investigação e conversou com fontes próximas ao caso.
A Justiça deve decidir nas próximas horas se acata o pedido da Polícia Civil, que trabalha com a hipótese de que dois homens que aparecem saindo da residência pouco antes do amanhecer estejam diretamente envolvidos no crime. Câmeras de segurança mostram a dupla deixando o local após terem chegado com a vítima por volta das 2h da madrugada de sábado (22).
Falsa confissão e descarta pela polícia
Na noite desta quarta-feira (26), um homem abordado pela Polícia Militar afirmou espontaneamente ser procurado pela morte do cabeleireiro. Ele foi conduzido ao 72º DP, mas, segundo investigadores ouvidos pela CNN Brasil, apresentou inconsistências claras. O suspeito descreveu a dinâmica do crime com base em informações divulgadas pela imprensa e contou uma versão incompatível com a cena encontrada pela perícia.
A Polícia Civil descartou totalmente sua participação. Ele deve ser liberado e responder por falsa comunicação de crime.
Como o corpo foi encontrado
Silveira foi localizado por um amigo e sócio, Mohamad Nayef Ali Abdallah, e por uma prima, que estranharam o fato de o cabeleireiro não atender telefonemas e não aparecer para preparar o almoço da mãe, uma idosa de 98 anos com quem morava. Ao chegarem ao imóvel e encontrarem o portão fechado, pediram ajuda a funcionários de um bar vizinho para arrombar o cadeado.
Mohamad foi o primeiro a entrar e se deparou com uma cena que descreveu como profundamente chocante. O corpo estava caído ao lado da cama, com punhos e pernas amarrados por fios semelhantes aos de telefone e a boca presa com uma toalha fixada por um cabo branco. A casa estava desorganizada, a televisão permanecia ligada e objetos do quarto estavam revirados. Na penteadeira, havia um copo com líquido escuro, possivelmente bebida alcoólica.
Causa da morte e evolução da investigação
A Secretaria de Segurança Pública informou que os laudos periciais ainda estão em elaboração. Porém, fontes da investigação apontam que o cenário reforça a hipótese de morte por asfixia. Havia manchas de sangue no travesseiro, no lençol e em partes das paredes próximas ao cômodo onde o corpo foi encontrado.
Testemunhas ouvidas pela polícia relataram movimentação na casa durante a madrugada. Uma vizinha, cujo quarto fica colado ao da vítima, disse ter ouvido conversas e passos entre 3h e 4h da manhã, mas não estranhou porque o cabeleireiro costumava receber convidados com frequência. Já um morador dos fundos do terreno afirmou não ter escutado nada, mas percebeu na manhã seguinte portas abertas que normalmente ficam fechadas.
Familiares e amigos já prestaram depoimento e foram liberados. O DHPP agora aguarda o aval judicial para avançar na investigação com a prisão temporária dos dois suspeitos identificados nas imagens.
