Privatizado, metrô do Rio de Janeiro tem a tarifa mais cara do Brasil
Custo com passagem de R$ 6,90 por bilhete simples pode comprometer mais de 20% do salário mínimo atualmente em vigor, que é de R$ 1.320,00
247 - O metrô da cidade do Rio de Janeiro, privatizado em 1998, possui a tarifa mais cara do país, com o valor de R$ 6,90 por bilhete simples. Segundo o Jornal dos Concursos, o custo do uso deste meio de transporte pode comprometer mais de 20% do salário mínimo atualmente em vigor, que é de R$ 1.320,00, considerando duas passagens (uma de ida e outra de volta), com exceção dos finais de semana. Em São Paulo, onde os trabalhadores deflagraram uma greve na terça-feira (3) contra o projeto de privatização por parte do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a tarifa custa R$ 4,40. >>> Após fim de greve, metrô e trem voltam a funcionar em SP; Linha privatizada segue apresentando problemas
Em São Paulo, as linhas do metrô que já foram privatizadas estão sob o comando de bancos e grandes grupos econômicos. O Grupo CCR, que opera as linhas 4 (Amarela), por meio da empresa ViaQuatro, e 5 (Lilás), tem na sua composição acionária o empresário Soares Penido (15,05%), o conglomerado Mover Participações (14,86%), o banco Itaúsa (10,33%), grupo Votorantim (10,33%) e a gestora de fundos Black Rock (5,07%). Já a Via Mobilidade, que opera as linhas 5, 8 (Diamante) e 9 (Esmeralda), tem na sua composição o grupo CCR e o grupo Ruas Invest, da área de infraestrutura e transporte. >>> Linhas privatizadas do metrô paulista estão em poder de Itaú, Votorantim, Blackrock e empresário de ônibus
Um levantamento feito pela plataforma Plamurb apontou que as concessões no metrô paulista estão resultando em um rombo na operação estatal. Isso ocorre porque o governo repassa para as concessionárias ViaQuatro e a Via Mobilidade uma tarifa de remuneração que é superior à tarifa média paga ao Metrô. >>> 'No dia da greve, mídia não discutiu o essencial: metrô deve ser público ou privado?', aponta Nassif
No caso da ViaQuatro, que administra a Linha 4-Amarela desde 2006, a concessionária recebe desde 1º de fevereiro o subsídio de R$ 6,3229, R$ 1,92 acima da tarifa pública que é cobrada dos passageiros, de R$ 4,40. Já o metrô estatal não tem tarifa de remuneração. Ele recebe uma tarifa média, calculada pelo total arrecadado e dividido pelo número de transportados no ano. Em 2022, a tarifa média foi de R$ 2,07. Comparando os dados do ano passado, o estudo apontou que a concessionária recebeu, em média, cerca de R$ 2,5 milhões, transportando 660 mil passageiros.
