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      Professor que comparou cerveja escura a mulher negra se torna réu por racismo

      Um professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos dos Goytacazes, no norte do estado, será investigado pelo crime de racismo; a 2ª Vara Federal de Campos aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o docente Maurício Nunes Lamonica; em março de 2016, o professor postou mensagem nas redes sociais comparando a mulher negra a uma cerveja escura; numa foto segurando uma cerveja, ele disse: "Para ninguém achar que eu não gosto de afrodescendente. Nega gostosa. Uh! Foi mal"

      Um professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos dos Goytacazes, no norte do estado, será investigado pelo crime de racismo; a 2ª Vara Federal de Campos aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o docente Maurício Nunes Lamonica; em março de 2016, o professor postou mensagem nas redes sociais comparando a mulher negra a uma cerveja escura; numa foto segurando uma cerveja, ele disse: "Para ninguém achar que eu não gosto de afrodescendente. Nega gostosa. Uh! Foi mal" (Foto: Romulo Faro)
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      Raquel Júnia - repórter da Agência Brasil

      Um professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos dos Goytacazes, no norte do estado, será investigado pelo crime de racismo. A 2ª Vara Federal de Campos aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o docente Maurício Nunes Lamonica.

      Em março do ano passado, o professor postou mensagem nas redes sociais comparando a mulher negra a uma cerveja escura. Em uma foto segurando uma cerveja, ele disse: "Para ninguém achar que eu não gosto de afrodescendente". E acrescentou: "Nega gostosa. Uh! Foi mal".

      Para Justiça Federal, a declaração do professor sugere desprezo pela população negra e se encaixa em discriminação pela cor de pele. Na denúncia, o MPF reforça que o racismo não está apenas na comparação entre a cerveja e as mulheres negras, mas também na ironia.

      N denúncia apresentada à Justiça, os procuradores destacam também o fato de a agressão ter sido feita por um professor, que tem o papel de educar, e ter sido disseminada pela internet, com rápida repercussão.

      Na época, o professor foi denunciado pela Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Campos, que elaborou uma notícia-crime contra Lamonica.

      Racismo coloca em risco a vida de mulheres negras

      O movimento de mulheres negras chama atenção para a relação entre machismo e racismo, que reforça estereótipos de gênero e contribui para aprofundar desigualdades. A coordenadora da organização não governamental Criola, Lúcia Xavier, vem alertando para a sexualização de mulheres negras, que tem um fundo histórico, e é responsável pela desvalorização da vida delas. O resultado, afirma, está no crescente índice de violência.

      Pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou, por exemplo, que o número de mortes violentas de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, entre 2003 e 2013, chegando 2.875 vítimas. No mesmo período, homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%.

      Defesa

      O advogado do professor do IFF, Amyr Moussalem, afirmou que Lamonica não foi notificado e prefere não se pronunciar. Ele adiantou, no entanto, que o acusado vem participando de diversas audiências sobre o tema e inclusive já se retratou publicamente.

      Por meio da assessoria de imprensa, o Instituto Federal Fluminense informou que na época do ocorrido abriu um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do professor e decidiu pela aplicação de uma advertência. Segundo o instituto, ele ficou afastado das atividades durante o processo e atualmente voltou a dar aulas no ensino médio.

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