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Professora da UFF sofre ameaças após críticas a operação policial no Rio

Jacqueline Muniz, responsabiliza postagens de deputados bolsonaristas por incitar o ódio online

Jacqueline Muniz (Foto: Divulgação)

247 - A antropóloga e professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jacqueline Muniz, foi alvo de ameaças neste sábado (1º), no Rio de Janeiro. O caso ganhou repercussão após Muniz denunciar nas redes sociais mensagens que incentivavam violência física contra ela.

Jacqueline estava a caminho de um restaurante quando foi fotografada por pessoas que publicaram as imagens nas redes sociais, acompanhadas de ataques e insultos. Um perfil bolsonarista escreveu: “Acabo de ter o desprazer de encontrar esse ser humano no meu almoço aqui na Cobal do Humaitá”. Nos comentários, outro usuário incentivou a agressão: “Dá uma pedrada nela. kkkk”.

A professora compartilhou as publicações em seus perfis no Instagram, Facebook e X (antigo Twitter), pedindo que o caso fosse amplamente divulgado. Ela afirmou ainda que parte das ameaças foi motivada por postagens de parlamentares bolsonaristas, entre eles os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO) e Palumbo (MDB-SP). “Algumas pessoas foram estimuladas por postagens desses deputados, o que ampliou o volume das ameaças”, escreveu.

Em uma das denúncias feitas no X, Jacqueline mencionou uma usuária que estaria incitando ataques: “Esta senhora deste perfil está incitando manifestações de violência contra mim. Fica aqui registrado para futuro desdobramento legal!”, declarou.

O episódio ocorre poucos dias após Jacqueline Muniz criticar publicamente a megaoperação policial nos Complexos da Penha e do Alemão, a mais letal do Rio de Janeiro nos últimos anos, com 121 mortos. As declarações da professora, conhecida por sua atuação crítica às políticas de segurança baseadas na letalidade, geraram reações intensas de setores bolsonaristas nas redes.

Referência na área de segurança pública, Muniz tem trajetória reconhecida na formulação de políticas de prevenção à violência, na criação de estratégias de policiamento cidadão e na formação de profissionais da área. Ela também já colaborou com governos federal e estaduais em projetos de reforma institucional e controle da atividade policial.

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