HOME > Sudeste

'Se ele portasse uma arma de fogo, teria me matado', diz juíza esfaqueada em SP

A juíza Louise Filgueiras, do TJ-SP, foi esfaqueada superficialmente no pescoço pelo procurador da Fazenda Matheus Carneiro Assunção. "Se ele portasse uma arma de fogo, teria me matado. Eu não teria chance", disse ela

'Se ele portasse uma arma de fogo, teria me matado', diz juíza esfaqueada em SP (Foto: Divulgação/TRF-3)

247 - A juíza Louise Filgueiras, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foi vítima de uma tentativa de homicídio pelo procurador da Fazenda Matheus Carneiro Assunção, que invadiu o escritório e a esfaqueou superficialmente no pescoço, numa tentativa de matá-la. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal e atualmente encontra-se internado em ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas.

"Acredito que o golpe de faca não me feriu gravemente porque a cadeira giratória se moveu e não ofereceu resistência. Mas se ele portasse uma arma de fogo, teria me matado. Eu não teria chance", disse ela em entrevista ao jornal O Globo.

A magistrada lamentou o fato de ser permitida a entrada de autoridades do Judiciário sem a necessidade de vistoria por equipamentos de raio-x, contribuiu para o episódio.

"Acho que essa determinação deveria ser repensada. Existe uma cultura que informa essas normas internas de dispensa do detector de metais para autoridade, mas este fato mostra que precisamos reavaliá-las e mudar isso."

Filgueiras descarta a possibilidade de mover alguma ação pessoal contra Assunção e diz que o caso deve se manter apenas na esfera criminal. "Eu não conhecia o procurador e pelo que pude apurar até agora, não julguei nenhum processo em que ele tenha atuado. Pelas circunstâncias dos fatos, foi um ataque aleatório, direcionado a um magistrado qualquer. Ele me atingiu por que viu naquele lugar e momento uma situação favorável", disse.