Suspeita de aplicar silicone industrial é presa após morte de mulher trans no Paraná
Conhecida como Skalet, mulher foi detida em São Paulo e é acusada por procedimentos clandestinos que teriam causado duas mortes
247 - Uma mulher de 56 anos, identificada como Skalet, foi presa preventivamente pela Polícia Civil de São Paulo sob a acusação de realizar procedimentos estéticos ilegais que resultaram na morte de ao menos duas mulheres trans. A informação foi divulgada pelo delegado Luiz Timossi, da Polícia Civil do Paraná (PC-PR), ao portal Uol, que revelou detalhes da operação conjunta entre os dois estados.
A prisão ocorreu na tarde da última quinta-feira (21), em São Paulo, após a morte de Cristiane Andreia da Silva, em 24 de outubro de 2024, na cidade de Ponta Grossa, interior do Paraná. Segundo o delegado, a investigação começou a partir da comunicação do hospital que atendeu Cristiane, informando que a causa da morte estaria relacionada a uma “cirurgia plástica ilegal”.
De acordo com as autoridades, Skalet se apresentava como “bombadeira” — termo usado para descrever pessoas sem formação médica que aplicam silicone industrial com fins estéticos. O público-alvo da suspeita era majoritariamente formado por mulheres trans e travestis, conforme apurado pela polícia.
“Trata-se de um procedimento de altíssimo risco”, afirmou o delegado Timossi. “As investigações indicam que ela fazia desta prática o seu meio de vida.”
Segundo o inquérito, Cristiane teria pago R$ 1.500 pelo procedimento, em quatro parcelas, entre setembro e outubro de 2024. Ela morreu após receber a aplicação de um produto em ambiente inadequado para qualquer tipo de intervenção médica. “Uma vez percebida a complicação no procedimento, quando o esposo da vítima chegou à residência, a suspeita logo se evadiu do local, não deixando nenhuma informação sobre seu paradeiro ou sua identidade”, relatou o delegado.
Ainda conforme a PC-PR, há indícios de que Skalet esteja envolvida em outro caso semelhante. Em 2019, uma mulher trans identificada como Nicole Souza morreu na comarca de Marília, interior de São Paulo, também após um procedimento estético supostamente conduzido pela mesma mulher.
Skalet permanece presa em São Paulo e deverá prestar depoimento à polícia paranaense por videoconferência na próxima semana. Ela é investigada pelos crimes de homicídio e exercício ilegal da medicina.
