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      "Tenho pena desses rapazes", diz mulher de cinegrafista

      Arlita Andrade, mulher do cinegrafista da Band morto em uma manifestação após ser atingido por um rojão, Santiago Andrade, diz que todas as crianças que passaram por ela na creche onde trabalha não foram violentas; "Tenho muita pena desses dois rapazes"; Arlita se refere aos jovens Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, presos pela morte de Santiago

      Arlita Andrade, mulher do cinegrafista da Band morto em uma manifestação após ser atingido por um rojão, Santiago Andrade, diz que todas as crianças que passaram por ela na creche onde trabalha não foram violentas; "Tenho muita pena desses dois rapazes"; Arlita se refere aos jovens Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, presos pela morte de Santiago (Foto: Gisele Federicce)
      Gisele Federicce avatar
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      Rio 247 – A mulher do cinegrafista morto por um rojão durante protesto no Rio na semana passada, Arlita Andrade, disse hoje durante o velório do marido ter "muita pena" dos jovens que foram presos pelo assassinato de Santiago Andrade, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza.

      "Todas as crianças que passaram por mim [na creche] não foram violentas. Tenho muita pena desses dois rapazes", afirmou Arlita, que é diretora de creche. Santiago foi velado desde as 8h20 no Cemitério do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro, e cremado no início da tarde.

      Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o velório:

      Velório de cinegrafista no Rio gera comoção e críticas à falta de segurança

      Vitor Abdala* - Repórter da Agência Brasil

      O corpo do cinegrafista Santiago Andrade é velado no Memorial do Carmo, zona central do Rio Tânia Rêgo/Agência Brasil
      O corpo do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade foi velado na manhã de hoje (13) no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária. No local, ele recebeu as últimas homenagens de parentes, amigos e profissionais da imprensa e do diretor da emissora para a qual trabalhava, antes de ser cremado, em cerimônia reservada à família.

      Dezenas de jornalistas compareceram ao velório para noticiar o fato ou se despedir. Muitos usavam uma camisa com os dizeres "Poderia ter sido qualquer um de nós". O repórter cinematográfico morreu esta semana depois de ser atingido por um rojão disparado durante a cobertura, no último dia 6, de uma manifestação no centro do Rio pelo aumento das passagens de ônibus, que passaram de R$ 2,75 para R$ 3.

      A viúva do cinegrafista, Arlita Andrade, lembrou que Santiago amava a profissão. "O sonho dele era ser repórter cinematográfico e ele ficava muito preocupado com a violência. Ele dizia: realmente está muito violento", declarou, emocionada, antes de fazer um apelo. "Queria pedir para todos: sejam mais amigos, mais tranquilos e tenham mais amor uns pelos outros."

      A repórter da TV Bandeirante Camila Grecco, que participou de várias coberturas jornalísticas ao lado de Santiago, contou que ele sempre se preocupava com a equipe e com a própria segurança. "Se ele soubesse que estava em situação de muito risco, jamais estaria lá", disse.

      Companheiro de trabalho de Santiago por 11 anos, o cinegrafista Sérgio Colonezi também contou que Santiago era cauteloso. "As pessoas dizem que, nós, cinegrafistas, abusamos um pouco do perigo. O Santiago era o contrário, era cauteloso. Quando chegava em local e tinha um tiroteio ou confusão, ele ficava longe, falava 'não estou aqui para tomar pancada de ninguém'".

      A filha de Santiago, Vanessa Andrade, que também é jornalista, aproveitou para exigir segurança aos profissionais da Bandeirantes e disse que a morte do pai não será em vão. "Vou exigir que a Band dê segurança ao seus funcionários não vou deixar essa história morrer", declarou.

      O diretor de Jornalismo da TV Bandeirantes, Fernando Mitre, que esteve no memorial, reconheceu que é preciso rever os procedimentos para as coberturas e cobrou investigações sobre crimes cometidos nas manifestações. "Temos que rever tudo isso [cobertura]. Estamos sob impacto dessa emoção profunda, mas é preciso rediscutir tudo. Do jeito que está não é possível."

      O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro acionou ontem (12) o Ministério Público do Trabalho (MPT) para cobrar uma investigação sobre as más condições de trabalho na TV Bandeirantes no Rio e por submeter funcionários a situações de risco. O cinegrafista Santiago estava sem equipe e sem nenhum equipamento de segurança quando foi atingido pelo rojão.

      Todas as demais empresas de comunicação que atuam na cidade também serão notificadas para "cumprir normas básicas de segurança para os trabalhadores".

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