Tiradentes, em Minas Gerais, pode ter seu primeiro prefeito do PT neste domingo
Rodrigo do Paulinho do Cota, de 31 anos, propõe gestão horizontalizada valorizando conselhos comunitários em bairros e investindo na questão do lixo e saneamento básico. Neste um quarto de século, revezaram-se no poder do município MDB, PSDB e PV
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Por Mônica Riani, especial para o 247 - Rodrigo Fonseca tinha seis anos quando o distrito de Santa Cruz de Minas apartou-se de Tiradentes. Era 21 de dezembro de 1995, data da emancipação do antigo distrito, data que também encerrou a participação do Partido dos Trabalhadores em candidaturas para eleições à Prefeitura da histórica cidade mineira. Vinte e cinco anos depois, Rodrigo, conhecido entre os tiradentinos como Rodrigo do Paulinho do Cota, em referência ao pai, Paulinho, e ao avô, Cota, tira a poeira da camiseta vermelha e renova o discurso com a chapa #mudaTiradentes, formada pelo vice Luiz da Farmácia, entre outros. Percorrendo de cima a baixo a cidade de quase 8 mil habitantes propondo melhorias como a construção de praças, a fiscalização de tributos e muito mais nos moldes do século 21.
Neste ¼ de século sem PT, se revezam no poder os partidos MDB (ex-PMDB), PSDB e PV. “Houve esparsas participações do PT nas candidaturas anteriores e poucos vereadores”, conta Rodrigo. Em 2012 acontece uma exceção que confirma a regra do isolamento social da esquerda em Tiradentes. É que o Partido Verde, em coligação com PMDB, faz o prefeito. “Mas toda a base era do PMDB. Foi um mandato tampão”, acrescenta. Neste domingo são esperados pouco mais de 6 mil eleitores nas urnas. Não há pesquisa, ninguém mandou fazer. Só no gogó e nas redes sociais a campanha se construiu.
Por ser formada por menos de 200 mil habitantes, Tiradentes não terá segundo turno. Rodrigo disputa com o antigo prefeito Nilzio Barbosa (MDB) – que tenta sua 5ª ocupação na cadeira de prefeito – e o atual, Zé do Pacú, do PSDB. O principal projeto é fazer uma gestão horizontalizada, com a criação do Conselhão, em que gestores dos bairros acompanhem todos os rumos da cidade na cola dos representantes na Câmara dos Vereadores. Lixo e saneamento básico são questões urgentes. Consta que o antigo prefeito Barbosa esteve envolvido no rumoroso caso da construção de uma estação de tratamento de esgoto vencida pela Copasa, orçada em R$ 800 mil. Em matérias exibidas na época, ano 2011, moradores se queixaram de não terem sido consultados. A localização da estação de tratamento de esgoto teria sido decidida à revelia do povo, incrustrada numa grande área na Várzea de Baixo, ao lado de um dos principais atrativos turísticos da cidade, a estação de trem, bem na entrada de Tiradentes. A área de moradia ao redor ganhou o apelido de ”Penicão” na época. Embargada, a estação foi transferida para uma localidade na divisa de São João del Rei e Tiradentes. Sob protestos de crime ambiental, foi novamente paralisada na Justiça.
A questão do lixo em Tiradentes é complexa. A população de 8 mil habitantes produz lixo como uma cidade de 50 mil ou mais em função da ocupação turística. “Precisamos de um Plano Municipal integral de gestão de resíduos sólidos, o que não temos, além de pensarmos de forma regional, uma vez que todas as cidade encaminham os resíduos para o aterro de Juiz de Fora.É preciso organizar uma coleta seletiva eficiente, com reciclagem e remuneração digna para os recicladores.Como base de tudo isso vem a educação, a única capaz de alterar esse panorama no curto, médio e longo prazo”.
Aos 31 anos, formado em Relações Internacionais, graduando em Ciências Econômicas e em Direito, ele é de família tradicional da cidade, família que é dona da Padaria Padre Toledo, aberta em 1984 com iguarias famosas em toda parte, e do restaurante Padre Toledo, abertp em 1970. É o primeiro da família a fazer política pela esquerda. Antecedido por bisavô, avô, tio-avô, tio, primo, todos envolvidos não apenas em disputas eleitorais, mas também visando impulsionar a cidade. “Meu avô deixou um grande legado quando foi prefeito pela primeira vez, como abertura de várias estradas na zona rural, criação do bairro Cascalho, iluminação de grande parte do município e construção de diversas praças”.
Rodrigo do Paulinho do Cota diz o que espera, ganhe ou não a eleição neste 15 de novembro: “Para o futuro de Tiradentes espero que o morador tenha espírito de pertencimento, que o turista possa ser bem recebido com estrutura para poder estar e curtir, principalmente uma cidade harmoniosa. Que as pessoas possam pensar em espírito de coletividade, só assim manteremos esse turismo forte e ampliaremos nossa economia para além do turismo.”
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