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Sudeste

Tribunal do Rio pagou R$ 677 milhões a juízes por meio de bônus que não existe há 20 anos

Magistrados do Tribunal de Justiça do Rio recebem benefício extinto há duas décadas com base em interpretação de decisão do STF

Tribunal de Justiça do Rio de janeiro (Foto: Divulgação/TJRJ)
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247 - Com o estado do Rio de Janeiro em recuperação fiscal, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) pagou R$ 677 milhões em bônus salariais para 604 juízes e desembargadores. O benefício foi extinto há 20 anos, mas os magistrados entendem que uma decisão do STF os autoriza a receber.

O adicional por tempo de serviço, conhecido como quinquênio, foi pago a 48% dos juízes e desembargadores na ativa e aposentados do RJ entre maio de 2022 e o mês passado. A identidade de quem recebeu e a forma como os repasses foram feitos não foram informadas. Não se sabe quanto cada um ganhou, mas os pagamentos resultam em uma média de R$ 1,1 milhão por magistrado. E o pagamento ainda não acabou. O TJ-RJ diz não saber quanto gastará ao todo com os repasses. "Os valores totais ainda não foram apurados, em razão da complexidade dos cálculos", afirmou a presidência do tribunal em e-mail datado do dia 9 obtido pelo UOL.

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O quinquênio e outros adicionais por tempo de serviço, extintos pela reforma previdenciária de 2003, eram somados aos salários de magistrados periodicamente. O bônus deixou de ser pago em 2006, mas juízes de diferentes tribunais do país vêm tentando embolsar valores retroativos com base na interpretação de uma decisão do STF que iguala o teto salarial de magistrados ao de ministros do Supremo. Em 2021, o TJ-RJ foi o primeiro a aprovar o pagamento retroativo.

Para efeito de comparação, o bônus pago no RJ custearia mais de 80% da folha de pagamento de todos os juízes e desembargadores do TJ-RJ em 2022. Não  foram identificados os pagamentos dos valores retroativos nas folhas de pagamento divulgadas nos portais de transparência do tribunal e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O TJ-RJ também não esclareceu onde lança essas despesas ou se possui uma folha de pagamento à parte. Especialistas cobram transparência dos dados.

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Análise indica que contracheques acima de R$ 100 mil brutos aumentaram de 87 para 141 no período. A maior parte desses valores está relacionada à venda de férias. O pagamento dos adicionais por tempo de serviço não foi identificado nos holerites. Esses salários superam o teto constitucional do Judiciário, que tem como referência os salários de ministros do STF (R$ 41.650,92).

O governo do RJ diz que o bônus de R$ 677 milhões não impacta ou viola o programa de recuperação fiscal. Mas o conselho do Tesouro Nacional que supervisiona o regime afirma que "está analisando o processo" que autorizou o pagamento.

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