Alvaro Dias nega ter fechado CPI por dinheiro
Ontem, depois que o juiz Sergio Moro decretou mais uma prisão preventiva do operador Fernando Baiano, em razão de novas provas que surgiram sobre o pagamento de R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sergio Guerra, para que uma CPI da Petrobras fosse encerrada, cresceu a pressão sobre o senador Alvaro Dias (PSDB-PR); o motivo: Dias, além de autor do requerimento da CPI, foi quem a enterrou em 2009, numa coletiva com Sergio Guerra; ao 247, ele negou ter fechado a CPI por dinheiro: "A maioria governista impedia as investigações", disse; recentemente, ele postou no Facebook um cartaz com os dizeres 'Je suis Sergio Moro'; para o jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço, Moro teria provas contra um tucano morto e um "que se finge de morto", numa referência a Dias
247 – Cresceu a pressão sobre o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) desde que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, decretou, nesta quarta-feira 25, uma nova prisão preventiva contra o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Segundo Moro, surgiram novas provas sobre a propina paga em 2009 ao então presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para que a CPI da Petrobras fosse encerrada no Congresso. Segundo o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, o tucano teria recebido R$ 10 milhões para realizar a tarefa.
Alvaro Dias foi autor do pedido para criar a CPI e anunciou a saída da oposição da comissão, quatro meses antes do prazo final, em uma entrevista coletiva com Sergio Guerra. Os tucanos argumentaram que o governo não permitia a investigação, barrando pedidos de requerimentos e quebra de sigilos por parte dos opositores. "Não houve investigação. A comissão foi um palco para discursos técnicos. Essa CPI foi a que o governo mais se interessou e mais impediu a apuração", disse o senador paranaense à época. Sem a presença dos tucanos, a CPI foi enterrada.
Em outubro, um auxiliar do doleiro Alberto Youssef, o empresário Leonardo Meirelles, disse em depoimento à Justiça Federal que outros tucanos receberam propina do esquema além de Sergio Guerra, que faleceu em março do ano passado. Seu advogado, Haroldo Nater, afirmou que Meirelles não foi autorizado a citar nomes, mas teria dado uma pista sobre quem seria um dos parlamentares do PSDB. Ele era da mesma região de Youssef, que nasceu em Londrina, no Paraná. Alvaro Dias nasceu em Quatá, no interior paulista, e foi criado em Maringá (PR), mas foi em Londrina onde estudou e iniciou sua carreira política, se elegendo vereador em 1968.
Ao 247, Dias negou ter fechado a CPI por dinheiro. "O motivo para a oposição abandonar a CPI em 2009 foi o fato de a maioria governista impedir as investigações, como convocações e quebras de sigilo solicitadas pela oposição. Mas o senador Alvaro Dias, que desde 2008 faz denúncias da tribuna contra as irregularidades na Petrobras, ingressou, assim que eles decidiram deixar a CPI, com 18 representações na Procuradoria-Geral da República pedindo que o Ministério Público investigasse o que eles não conseguiram investigar na CPI", informou sua assessoria de imprensa.
Recentemente, o senador postou em sua página no Facebook um cartaz com os dizeres 'Je suis Sergio Moro' – "Eu sou Sergio Moro", em francês. Para o jornalista Fernando Brito, editor do blog Tijolaço, Moro teria provas contra um tucano morto – Sergio Guerra – e um "que se finge de morto", numa referência a Dias. "Dias está quietinho. Não fala, até porque ninguém pergunta, sobre como foi este episódio onde executou o ato que Guerra 'vendeu'", escreveu hoje o blogueiro.
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