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Sul

Deputado revela pressão de Cunha: “Você não vai mais andar em Ponta Grossa”

Antes indeciso e depois até de afirmar que votaria a favor do impeachment na Comissão Especial, o deputado federal Aliel Machado (Rede-PR) revelou à Fórum que decidiu votar contra o processo por entender que, uma vez que não há crime de responsabilidade, ele representa uma “eleição indireta” para empossar Temer e Cunha; parlamentar  disse que o presidente da Casa chegou a procurá-lo pessoalmente para pedir votos em tom de “ameaça”: “O Cunha falou: ‘O Temer vai ser presidente, você vai ver. Você não vai mais andar em Ponta Grossa’. Eu disse ‘Como assim?’, e pensei: ‘Quem é Eduardo Cunha para falar isso pra mim?'”, revelou

Antes indeciso e depois até de afirmar que votaria a favor do impeachment na Comissão Especial, o deputado federal Aliel Machado (Rede-PR) revelou à Fórum que decidiu votar contra o processo por entender que, uma vez que não há crime de responsabilidade, ele representa uma “eleição indireta” para empossar Temer e Cunha; parlamentar  disse que o presidente da Casa chegou a procurá-lo pessoalmente para pedir votos em tom de “ameaça”: “O Cunha falou: ‘O Temer vai ser presidente, você vai ver. Você não vai mais andar em Ponta Grossa’. Eu disse ‘Como assim?’, e pensei: ‘Quem é Eduardo Cunha para falar isso pra mim?'”, revelou (Foto: Roberta Namour)
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Por Ivan Longo, da revista Forum 

Aliel Machado (Rede-PR) faz oposição ao governo. Apoiador de uma cassação da chapa Dilma-Temer e da convocação de eleições gerais, o parlamentar, no entanto, discorda do processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados e afirma que um dos principais motivos que o levou a votar contra o parecer do relator na comissão especial foi o fato de não enxergar crime de responsabilidade da presidenta e a pressão exercida pelo PMDB para convencê-lo a votar pelo impeachment.

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Em conversa com Fórum, o deputado federal natural de Ponta Grossa (PR) e futuro candidato a prefeito da cidade disse que nunca chegou a apoiar o processo de impeachment que estava na Câmara, mas que já pensou em votar a favor na comissão para acompanhar uma tendência do partido. De última hora, no entanto, votou contra.

“Eu estava participando de uma ‘eleição indireta’. Se eu não encontro crime de responsabilidade, não é simplesmente tirar a presidenta Dilma. É colocar o Temer e o Cunha para comandar o país. É deixar o PMDB no controle da Câmara, Senado e da presidência. É fazer o Cunha ganhar mais poder de influência e negociação para se livrar das acusações contra ele. É isso o que vai acontecer se o impeachment passar, não tenho dúvidas”, afirmou.

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Machado revelou, no entanto, que um dos principais motivos que o levou a tomar a decisão de votar contra o impeachment foi a pressão exercida pelo PMDB, em especial pelas figuras do vice-presidente Michel Temer e do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Vários deputados ligados ao Temer disseram que era para contar com eles. Não teve nenhuma proposta oficial. O que teve, sim, foi muita pressão. Inclusive dizendo que, se eu quisesse, poderia conversar com o próprio Michel Temer, que ele me receberia”, contou, dizendo ainda que parlamentares ligados ao vice-presidente teriam perguntado “o que ele precisava”, já que Temer seria presidente e poderia apoiá-lo em sua candidatura.

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Em relação a Cunha, o parlamentar da Rede disse que o presidente da Casa chegou a procurá-lo pessoalmente para pedir votos favoráveis ao impeachment e que sua fala só não se deu em tom de “ameaça” por ter sido dita em um contexto “informal”. “O Cunha falou: ‘O Temer vai ser presidente, você vai ver. Você não vai mais andar em Ponta Grossa’. Eu disse ‘Como assim?’, e pensei: ‘Quem é Eduardo Cunha para falar isso pra mim?'”, revelou.

Machado, que manterá seu voto contra o impeachment no plenário, considera que o processo que tramita na Câmara não é um “golpe” por uma questão de interpretação, mas reforçou que não há crime de responsabilidade nas chamadas ‘pedaladas fiscais’ e citou como exemplo outros governos que também emitiram decretos para fazer o procedimento, como o de Beto Richa (PSDB), no Paraná.

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“Não há crime de responsabilidade. Pedalada fiscal não tem nem em termo jurídico. A ‘pedalada’ utiliza recurso de banco público para pagar dívida do governo e depois o dinheiro é devolvido. É como dívida de cartão de crédito. Já foi feito em outros governos assinaturas de decretos piores ainda. São decretos que mexem dentro do orçamento e faz movimento de recursos, ele não gasta recursos a mais”, explicou.

Para o deputado que agora já tem posicionamento definido, punir Dilma sem crime de responsabilidade é, portanto, um “falso moralismo”.

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“A gente pode chamar a presidenta de incompetente, agora o Eduardo Cunha eu posso chamar ele de corrupto, de falso moralista, de safado, sem vergonha… Não tenho dúvida nenhuma que o fortalecimento dele pode prejudicar ainda mais a situação da crise do país. Com seu fortalecimento, vai se livrar das denúncias que pesam contra ele”, pontuou Machado.

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