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Sul

Diálogos inéditos revelam a promiscuidade criada entre Moro, procuradores e membros do TRF-4

Material divulgado pelo jornalista Luís Nassif mostra Thompson Flores solicitando à Lava Jato a redação de súmulas para o TRF-4 e Moro querendo informações de ministros do STJ

Sergio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Marcos Corrêa/PR | Pedro de Oliveira/ALEP)
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247 - O jornalista Luís Nassif, do Jornal GGN, divulgou nesta quarta-feira (7) diálogos inéditos obtidos no âmbito da Operação Spoofing, que mostram a relação de proximidade entre procuradores, juízes, desembargadores e policiais federais na operação Lava Jato. 

Nos diálogos divulgados pelo GGN, o então juiz Sérgio Moro aparece querendo informações de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), buscando informações sobre o filho de Lula junto ao delegado da Polícia Federal. 

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Além disso, o desembargador Thompson Flores, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), aparece solicitando aos procuradores da Lava Jato a redação de súmulas para o TRF4 nas matérias penais e de improbidade administrativa, provavelmente as que aumentaram as penas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Leia abaixo alguns trechos dos diálogos. E aqui a íntegra da matéria do Jornal GGN

Aqui Moro quer saber de anotações de Marcelo Odebrecht sobre Ministros do STJ:

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07:04:04 Festa em andamento?

07:07:16 Sim..

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07:07:24 Othon localizado…

07:07:32 Flávio ainda não…

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12:14:40 Érika. O Russo pediu para autuar os materiais sensíveis, como aquelas três folhas que você me mostrou hoje, em apartado.

12:16:16 E ele quis saber onde estão as anotações do MO sobre o Falcão e ministros do STJ.

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12:16:16 Hummmm

12:16:44 Ele está preocupado com o vazamento dessas informações.

12:17:04 Esse negócio do falcão eh ilacao … Ta naquelas anotações mesmo do celular dele…

12:18:12 Paulo essas anotações sobre ministros do stj, são do MO ou são aquelas do flácio lucio magalhães, operador da Andrade?

12:19:12 Está em algum relatório?

12:20:24 Vou procurar, o agente q analisou esse material está na operação hoje e o Mauat ta internado nas oitivas do Goes

13:55:36 Deltan Erika e Marcio, olhem por favor um email que enviei

13:56:00 Se puder manda no meu gmail

13:56:16 maanselmo@naira13:56:56 Deltan enviado

Aqui o Desembargador Thompson Flores Lenz entrou em contato com a Força Tarefa e pediu que eles fizessem as súmulas para o TRF4 nas matérias penais e de improbidade administrativa:

09:15:03 Januario Paludo Prezados. O trf4 vai editar uma série de súmulas. Quem está coordenando e o vice presidente, nosso ex-colega Lenz, que nos procurou. Ele nos pediu, “diante da nossa experiência” a redação de súmulas em matéria criminal e AIA, especialmente. Abs

14:29:24 Deltan Simula n. 1: no mínimo, a pena máxima

Aqui o Delegado Luciano Flores comenta como era o procedimento de Moro:

18:09:52 Orlando SP Luciano, Por enquanto está mantida a data?

18:10:44 Athayde Ok. Vamos formular e enviamos

18:12:08 Luciano Flores Sim. Mantida a data de sexta-feira, né?

18:18:04 Luciano Flores Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah

18:18:20 Kkkkk

18:18:20 Como assim?!

18:18:37 Luciano Flores Normal… deixa quieto…

Leia também matéria do Conjur sobre o assunto:

Malucelli, pai do sócio de Moro, costurou com procuradores ida de Bonat na 13ª Vara de Curitiba

Diálogos entre procuradores da falecida "lava jato" confirmam que o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, costurou junto com integrantes do Ministério Público uma saída para que a 13ª Vara Federal de Curitiba fosse comandada pelo juiz Luiz Antônio Bonat, simpatizante da autodenominada força-tarefa, quando Sergio Moro deixou de ser juiz para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, no começo de 2019.

 Malucelli, que integra a 8ª Turma do TRF-4, é pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio de Moro em um escritório de advocacia. A ele é creditada uma decisão mandando prender o advogado Tacla Duran, a despeito de o caso estar no Supremo Tribunal Federal. O desembargador, porém, nega que tenha dado a ordem. 

 Em diálogos de 18 de janeiro de 2019, o procurador Januário Paludo, integrante da "lava jato", disse ter sido informado por Malucelli de que Bonat "pediu" a vaga de Moro na 13ª Vara.

 "Paulo Bonat pediu a vaga de Moro, segundo o Malucelli", falou ele em conversa por meio do grupo de mensagens Telegram. Os diálogos foram hackedos e fazem parte do acervo apreendido durante a operação "spoofing", da Polícia Federal.

 Deltan Dallagnol, então coordenador da "lava jato" de Curitiba, comemorou: "Meooo caneco". Em seguida, disse que tinha uma reunião marcada com Bonat e que teria de comparecer para "garantir" que o juiz não desistiria de assumir a vara de Moro.

 "Precisamos ir mesmo para garantir que ele não desista no período de desistência. Mas temos que cuidar agora pra não assustar o Bonat ao descrever o que está por vir". Depois, o procurador brinca: "Lava jato? tá tudo susse... 2 horinhas (de trabalho) por dia e vai pra casa."

 Essa não foi a primeira vez que o desembargador apareceu nos diálogos. Conversas reveladas pelo site The Intercept Brasil, também de janeiro de 2019, revelaram que o grupo de Dallagnol atuou com Malucelli para tentar interferir na escolha do sucessor de Moro na 13ª Vara de Curitiba, colocando Bonat no lugar. 

 Ele próprio um dos cotados para o cargo, Malucelli teria trocado mensagens com Dallagnol para dar dicas de juízes que deveriam ficar fora da 13ª Vara, sendo um deles por suposta "proximidade" com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

 Ainda de acordo com o Intercept, Malucelli tomou a frente de um plano para que Bonat tivesse interesse no cargo de Moro. A ideia era transformá-lo em um "líder" de outros três juízes que ajudariam a dar agilidade a processos da "lava jato". Ou seja, a 13ª Vara viraria uma espécie de tribunal chefiado por Bonat. O TRF-4 barrou esse plano. 

 Um mês depois das conversas, em fevereiro de 2019, Bonat efetivamente foi confirmado como titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e, por consequência, assumiu os processos da "lava jato" do Paraná. 

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