Fórum em Foz do Iguaçu aponta caminhos para reforço da segurança nas fronteiras
Ministros, BNDES e Itaipu discutem crimes transnacionais e medidas para consolidar políticas de proteção no Arco Sul-Sudeste
247 - A partir desta quarta-feira (27), a usina de Itaipu Binacional é palco do 2º Fórum Regional sobre Proteção Integrada de Fronteiras no Arco Sul-Sudeste, evento promovido pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR). De acordo com informações da Itaipu, a reunião segue até quinta-feira (28) e reúne ministros de Estado, representantes das forças de segurança, autoridades civis e especialistas de diferentes áreas para debater estratégias conjuntas de enfrentamento a crimes transnacionais, com destaque para o tráfico de drogas.
Na abertura, realizada em Foz do Iguaçu (PR), estiveram presentes nomes de peso da política e da administração pública, como os ministros Marcos Antônio Amaro dos Santos (GSI) e José Mucio Monteiro Filho (Defesa), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri. O encontro também contou com a participação de representantes da Argentina e do Paraguai, reforçando o caráter transfronteiriço das discussões.
O ministro-chefe do GSI, Marcos Amaro, sublinhou a importância do fórum para a formulação de políticas públicas e destacou que a iniciativa se conecta diretamente à Política Nacional de Fronteiras. “Esse evento visa promover a Política Nacional de Fronteiras, implementada por meio de um decreto no ano passado, e colher subsídios para a Estratégia Nacional de Fronteiras, que será apresentada ao presidente ainda este ano”, afirmou. Segundo ele, a integração entre segurança, desenvolvimento sustentável, integração regional e direitos humanos é o eixo central do encontro.
O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, chamou atenção para a necessidade de ampliar a periodicidade de reuniões desse tipo, lembrando a dimensão do território brasileiro. “Temos 17 mil quilômetros de fronteira, uma das maiores do mundo. Encontros como esse são essenciais para discutir soluções para crimes transfronteiriços, que variam de região para região”, declarou, citando a parceria com Itaipu em operações como a Operação Ágata, realizada em áreas sensíveis do Lago de Itaipu.
O diretor-geral da binacional, Enio Verri, reforçou o vínculo histórico e estratégico da usina com a região. “A Itaipu tem um absoluto vínculo com o tema por estar localizada na Tríplice Fronteira, uma área considerada de segurança nacional. Além de investimentos de mais de R$ 130 milhões em aparelhos de segurança para as Forças Armadas e polícias, também atuamos em políticas sociais, como a Casa da Mulher Brasileira, com investimento de R$ 10 milhões, para enfrentar desigualdades e proteger vítimas de violência”, afirmou.
Outro ponto ressaltado foi o papel do desenvolvimento como ferramenta essencial no enfrentamento aos ilícitos. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), Luciano Stremel Barros, defendeu que “o desenvolvimento é o grande antídoto para todas essas problemáticas de fronteira” e elogiou a Itaipu, classificando-a como “o maior exemplo de integração transfronteiriça que temos em todo o território”.
Na programação desta quarta-feira, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, abriu os debates com uma palestra sobre os desafios do Estado brasileiro no aprimoramento da proteção integrada de suas fronteiras. Ele ressaltou que “mais desenvolvimento e oportunidades educacionais são essenciais para reduzir a criminalidade e fortalecer a proteção das fronteiras”. À tarde, duas mesas temáticas abordaram a elaboração da Estratégia Nacional para as Fronteiras e os desafios regionais ligados à realidade transfronteiriça.
Nesta quinta-feira (28), os painéis prosseguem com debates sobre boas práticas em fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, financiamento para segurança pública, combate ao tráfico transnacional e a chamada Rota Caipira, que conecta Brasil, Argentina e Paraguai.