MPF solicita fechamento imediato do Memorial Ernesto Geisel na UCS
Geisel é responsável por graves violações de direitos humanos
247 - O Ministério Público Federal (MPF) solicitou o encerramento imediato e a desativação do Memorial do Presidente Ernesto Geisel, instalado na Biblioteca da Universidade de Caxias do Sul, no câmpus de Bento Gonçalves.
A inauguração do memorial foi recebida com indignação. Geisel, de acordo com a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão/RS, é responsável por graves violações de direitos humanos.
A procuradoria cita o Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que recomenda a "adoção de medidas e políticas públicas para prevenir violações de direitos humanos e assegurar sua não repetição, incluindo-se, dentre elas, a proibição da realização de eventos oficiais em comemoração ao golpe militar de 1964, em razão da incompatibilidade de tais eventos com os princípios que regem o Estado Democrático de Direito".
O documento, assinado pelos procuradores Enrico Rodrigues de Freitas e Fabiano de Moraes, foi apresentado poucos dias após a inauguração do monumento, ocorrida em 19 de novembro. A solicitação do MPF é do dia 21 de novembro.
"A ocorrência de dano coletivo decorrente da inauguração do Memorial do Presidente Ernesto Geisel, ou de sua eventual permanência, ainda será objeto de apuração pelo Ministério Público Federal, podendo ensejar medidas judiciais e extrajudiciais complementares de reparação", afirmam os procuradores.
Em 2018, documento tornado público pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos mostrou que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) autorizou que o Centro de Inteligência do Exército (CIE) continuasse a política de execuções sumárias contra opositores da ditadura militar no Brasil adotadas durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.
