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Os advogados do Paraná “privilegiados” pela indústria da delação

Após GGN e DCM lançarem, juntos, uma série especial financiada coletivamente sobre a indústria da delação premiada, é a vez do jornal Folha de S. Paulo publicar reportagens sobre como o instituto usado a rodo pelos procuradores de Curitiba e o juiz Sergio Moro alterou o Direito Penal; nesta segunda, o jornal abordou em texto o time dos advogados do Paraná que foram "privilegiados" nas negociações com o Ministério Público Federal; o famoso advogado Kakay disse à Folha que, em Curitiba, "há advogados com privilégios por ter relações especiais com procuradores"; "Eu não, virei persona non grata porque sou crítico", revelou Kakay

Prédio da Justiça Federal em Curitiba (Foto: José Barbacena)
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Jornal GGN - Após GGN e DCM lançarem, juntos, uma série especial financiada coletivamente sobre a indústria da delação premiada, é a vez de Folha de S. Paulo publicar reportagens sobre como o instituto usado a rodo pelos procuradores de Curitiba e o juiz Sergio Moro alterou o Direito Penal. Nesta segunda (20), o jornal abordou em texto o time dos advogados do Paraná que foram "privilegiados" nas negociações com o Ministério Público Federal.

Folha começou a reportagem explicando que a ascensão desses advogados do Paraná - entre eles, Marlus Arns, Adriado Bretas, Figueiredo Basto - está diretamente associada à "falta de espaço" que os procuradores de Curitiba impuseram a "escritórios consagrados, focados em busca de nulidades processuais, como a que derrubou operações como a Castelo de Areia".

Não é nada incomum encontrar nos acordos de delação cláusulas que obrigam os investigados a abrir mão de recursos e questionar na Justiça os abusos e violações legais detectados no decorrer dos processos.

Só o escritório de Antonio Figueiredo Basto fez a delação de 4 réus em ações penais da Operação Lava Jato já sentenciadas pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba. Seu cliente mais famoso é o doleiro Alberto Youssef, antes defendido por Antonio Cláudio de Almeida Castro, o Kakay.

Kakay disse à Folha que, em Curitiba, "há advogados com privilégios por ter relações especiais com procuradores". "Eu não, virei persona non grata porque sou crítico."

Figueiredo Basto atua em parceria com o escritório dos sócios Adriano Bretas e Tracy Reinaldet.

Bretas, por sua vez, disse ao jornal que está envolvido na operação "desde o primeiro dia" e justificou seu sucesso da seguinte maneira: "Os advogados de modo geral são muito refratários a fazer acordo de colaboração premiada. Por conta dessa resistência dos colegas, poucos escritórios adeririam e, devido à escassez, a gente acabou sendo muito procurado."

Arns, por outro lado, apenas afirmou que nos últimos anos vem direcionando seus clientes a evitar delações: "A delação é um caminho para encurtar a investigação, mas está sendo usada para não se ter o trabalho de investigar", criticou.

O sucesso dos escritórios paranaenses ainda abriu uma subcategoria na indústria da delação: "em São Paulo, o advogado Adib Abdouni revisa processos de delatores que estão insatisfeitos com seus acordos. Aos clientes, ele propõe acionar a Justiça para conseguir melhores benefícios – mas ainda não houve decisão neste sentido."

Por enquanto, Lava Jato de Curitiba já fechou 158 acordos de delação, diz a Folha.

Na última reportagem da série, o GGN e o DCM mostraram que o escritório que fez, por baixo dos panos, o acordo relâmpago do marqueteiro João Santana e sua esposa, Mônica Moura, têm parentesco com um dos procuradores de Curitiba. Leia mais aqui e ainda confira os links para as demais matérias especiais.

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