'Pesadelo, filme de terror': mulher sofre ataque de capivara e passa por momentos de pânico em lagoa de Florianópolis
Fabiana também contou que o ataque foi rápido, mas aterrorizante
247 - A psicóloga e escritora Fabiana Lenz, de 32 anos, segue em recuperação após ser atacada por uma capivara enquanto mergulhava na lagoa da Praia da Lagoinha do Leste, em Florianópolis. As informações foram publicadas pelo jornal O GLOBO.
O ataque ocorreu no início de dezembro e deixou ferimentos profundos no abdômen, nas nádegas e no braço direito. Fabiana levou 19 pontos e passou por diversos procedimentos médicos.
A psicóloga estava acampando com o namorado e decidiu entrar na água da lagoa. Poucos minutos depois, sentiu o impacto violento do animal contra seu corpo.
Ela descreveu o momento como um choque. Primeiro sentiu “um rasgo muito forte” no abdômen. Em seguida, recebeu outras mordidas e foi retirada da água pelo companheiro.
O resgate ocorreu por helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar. Fabiana foi levada ao Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, onde passou por suturas e exames.
O ataque quase deixou sequelas graves. “Por pouco meu intestino não foi perfurado, foi a área de maior risco. Fiquei com o nervo da perna exposto e quase perdi a mobilidade. Foi apavorante.”
Ela afirma estar recebendo atendimento adequado. “Estou evoluindo muito bem, tenho sido muito bem assistida nos serviços de saúde pública aqui em Florianópolis.”
Fabiana também contou que o ataque foi rápido, mas aterrorizante. “No primeiro instante, eu não entendi o que tava acontecendo, mas logo depois a capivara saiu da água e tentou me atacar na parte alta do corpo, e depois então me atacou nas nádegas. Foi muito rápido, cerca de oito segundos. Tive bastante medo de morrer.”
Os primeiros dias de recuperação foram os mais difíceis. Com a melhora gradual, ela diz ter se sentido mais confiante e encontrou conforto na escrita de poesias.
A Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) afirmou que o episódio é isolado. Segundo o órgão, capivaras podem reagir de forma defensiva se forem surpreendidas no ambiente em que se refugiam ou reproduzem.
“Situações de aproximação inesperada nesse contexto podem desencadear reações de defesa, sobretudo quando o animal percebe risco iminente”, informou a Floram. A entidade reforçou que a capivara é uma espécie “estritamente herbívora”.
A fundação esclareceu que não há superpopulação de capivaras na Ilha de Santa Catarina. Os avistamentos têm aumentado porque a espécie voltou a ocupar áreas naturais e urbanas, já que seus predadores naturais praticamente desapareceram.
Fabiana permanece em casa, cuidando dos curativos e monitorando a evolução das lesões. Ela afirma que ainda processa o trauma e reconhece que o desfecho poderia ter sido “muito mais grave”.
