PM prende militante negra por panfletar em Florianópolis contra fim das cotas raciais (vídeo)
Ação na Praça XV terminou em censura, apreensão de material e condução de ativista à delegacia
247 - Uma militante foi detida na noite desta quinta-feira (18) durante uma ação de panfletagem contra o fim das cotas raciais na Praça XV de Novembro, no centro de Florianópolis. A informação foi publicada inicialmente pela fonte original fornecida pelo usuário. O ato, organizado por representantes de diferentes movimentos sociais, buscava alertar a população sobre os impactos da decisão da Assembleia Legislativa que votou pelo fim das cotas raciais nas universidades do estado. As informações são do jornalista Thiago Suman e do vereador em Florianópolis Leonel Camasão (PSOL).
Segundo relatos de participantes do protesto, a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL) e a vice-prefeita de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), compareceram ao local e atuaram para impedir que os panfletos fossem distribuídos.
A situação se agravou quando a deputada Campagnolo discutiu com a ativista Vanessa Brasil, coordenadora estadual do Movimento VAT (Vida Além do Trabalho). Testemunhas afirmam que o bate-boca deu início à confusão que culminou na prisão da ativista. A abordagem policial foi registrada em vídeo pela própria Vanessa.
A militante foi conduzida à delegacia, e os panfletos utilizados na mobilização foram apreendidos pelos agentes. Informações obtidas no local apontam que a diligência teria sido acompanhada de perto pela deputada bolsonarista Campagnolo, enquanto a também bolsonarista Maryanne Mattos teria atuado como testemunha da intervenção. Até o momento, não houve manifestação oficial da Polícia Militar sobre os fundamentos da detenção, nem esclarecimento sobre eventual acusação formal contra a ativista.
De acordo com postagem do vereador Leonel Camasão, sua equipe jurídica está prestando apoio à militante, que foi liberada às 23 horas desta quinta-feira.
Movimentos sociais envolvidos classificaram a ação como um episódio de censura e afirmam que seguirão mobilizados diante do avanço de medidas que consideram prejudiciais à igualdade racial no estado. A militante detida permanece aguardando os desdobramentos do caso.
