Projeto de Itaipu capacita profissionais da saúde e melhora atendimento hospitalar em Foz do Iguaçu
Iniciativa já beneficiou 75 mil pessoas, criou a primeira residência em enfermagem da cidade e elevou padrão de atendimento nas UTIs do SUS
247 - Uma parceria entre a Itaipu Binacional, o Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) está transformando a assistência em saúde pública em Foz do Iguaçu (PR). Segundo informações do próprio convênio, divulgadas pela assessoria da Itaipu, o projeto Qualificação Multiprofissional em Assistência Hospitalar já beneficiou cerca de 75 mil pessoas em um ano, com impacto direto na formação de profissionais, melhoria da assistência e uso de novas tecnologias.
O programa oferece capacitação prática e teórica a profissionais recém-formados e estudantes de áreas como enfermagem, farmácia, psicologia, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia e serviço social. Até agora, foram 122 profissionais recém-formados e 20 estudantes capacitados. Para Waldemar Pilger, gestor do convênio pela Itaipu, o impacto é amplo: “O maior ganho, sem dúvida, é para as pessoas que precisam do serviço público de saúde.”
Sérgio Moacir Fabriz, diretor-geral da Unioeste, descreve a ação como “o maior convênio de extensão da universidade”. Segundo ele, “esse projeto visa pegar o jovem recém-formado e qualificá-lo para que ele possa se inserir no mercado de trabalho, melhorando a assistência e promovendo inclusão social”.
Um dos marcos da iniciativa foi a criação da primeira Residência de Enfermagem de Foz do Iguaçu, em outubro de 2024, com foco na assistência ao paciente crítico. O programa conta com 24 enfermeiros atuando em UTIs, pronto-socorro e centro cirúrgico. Para a coordenadora da residência, Lilian Lessa Cardoso, “ele veio para qualificar enfermeiros na atenção ao paciente crítico, transformando o cenário da saúde local”.
Nas UTIs do hospital municipal, por exemplo, a assistência passou a ser feita exclusivamente por enfermeiros com formação superior, modelo inspirado em padrões europeus. A coordenadora pedagógica da Enfermagem, Luciana Aparecida Fabriz, aponta os avanços: “Houve uma melhoria significativa nos indicadores assistenciais, como a redução de infecções e do tempo de espera dos pacientes”. O desempenho rendeu ao hospital o “Selo de UTI eficiente 2025”, colocando-o entre os oito melhores do Paraná e os 43 melhores do Brasil atendidos pelo SUS.
A inovação também se estende à área farmacêutica. Em julho de 2024, o hospital implementou a plataforma de inteligência artificial Noharm, que ampliou a atuação da farmácia clínica em todos os setores. “Em menos de um ano, impactamos mais de mil pacientes e economizamos mais de um milhão de reais na gestão de medicamentos”, afirmou Adriana Zilis, coordenadora pedagógica da área multiprofissional. A tecnologia, gratuita para o SUS, otimiza prescrições e aumenta a segurança nos tratamentos.
A diretora-geral do hospital, Iélita Santos, celebra os avanços proporcionados pela parceria: “Quando a Itaipu abraça um projeto, não tem como dar errado. Essa fusão entre profissionais experientes e recém-formados traz ideias frescas e melhora a qualidade do atendimento à população.” Já a diretora assistencial, Carline Slovinski Acordi Garcia, destaca a integração entre gerações: “O profissional recém-formado tem um olhar diferente. Essa fusão é essencial, pois os que já estão no serviço há muito tempo podem se acostumar com os processos, enquanto os novos trazem novas perspectivas”.
A coordenadora geral do projeto, Ana Paula Contiero, reforça o impacto social: “Oferecemos um atendimento mais humanizado e qualificado, beneficiando Foz do Iguaçu e região”. Segundo ela, cerca de 50% dos bolsistas do projeto já foram empregados, seja por concursos públicos ou por processos seletivos de outras instituições.
Casos como o de Mercedes Kalil Ohana, bolsista há mais de um ano, mostram os resultados concretos. “A gente aprende todo dia. Sempre tem algum procedimento novo, alguma medicação que a gente não conhecia, ou um tipo de curativo especial”, contou. Vinda do Rio de Janeiro para estudar na Unioeste, ela destaca a importância da bolsa: “É o que paga minhas contas, praticamente”.
Outro exemplo é o de Bruna Fontane Batista, que começou como bolsista e hoje é residente: “O projeto me deu o primeiro contato com a assistência e, agora, como residente, consigo ter uma visão mais ampla e liderar equipes”. Já Maria Carolina Fernandes Nodari, residente há seis meses, enfatizou o aprendizado intensivo: “Na UTI, com pacientes críticos todos os dias, a prática é totalmente diferente da teoria da graduação”.
O projeto é visto como um modelo replicável. “Ele tende a ser um exemplo para outras instituições”, afirma Sérgio Fabriz, da Unioeste, que agradeceu à Itaipu por sua visão estratégica. De outubro de 2024 a março de 2025, foram realizados mais de 30 mil atendimentos, consolidando o impacto da iniciativa, que une educação, inovação e saúde pública.
O valor total de repasse da Itaipu para o convênio, com vigência de 34 meses, é de R$ 13.042.138,84. A ação está vinculada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 da ONU, que visa garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todas as pessoas.
Atualmente, profissionais recém-formados em Assistência Social, com até três anos de graduação, podem concorrer a uma bolsa de R$ 3.169,00 para jornada de 36 horas semanais. As inscrições estão abertas até o dia 10 de abril pelo link: https://forms.gle/gwHKJ5prG64tBgWV9.
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