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RS enfrenta segunda onda com mais casos de coronavírus e internações do que no inverno

Em novembro o Rio Grande do Sul teve 65,4 mil novos infectados, mais do que outubro e quase o mesmo de agosto, pico da pandemia no estado

UTI de hospital em Porto Alegre (RS) em meio à pandemia de coronavírus (Foto: REUTERS/Diego Vara)

247 - Analistas já avaliam que a segunda onda de casos de coronavírus chegou ao Rio Grande do Sul. Em novembro o estado teve 65,4 mil novos infectados, mais do que outubro e quase o mesmo de agosto, pico da pandemia em território gaúcho, quando 66,2 mil contraíram a doença. A média móvel de infecções a partir da segunda semana de novembro é, diariamente, maior do que em agosto. Os relatos foram publicados em reportagem do Gaúcha Zero Hora.

Em termos proporcionais e levando em conta o tamanho da população, mais pessoas se contaminaram na última semana no Rio Grande do Sul do que na Bélgica, na Espanha, na França e no Reino Unido, que enfrentam segunda onda e impõem fortes restrições de circulação. 

"É inequívoco que há um recrudescimento", destacou Jair Ferreira, professor de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), médico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e um dos mais respeitados epidemiologistas do Estado. 

"O número de novos casos é o maior de toda a epidemia e a ocupação das UTIs está voltando ao pico. A quebra que houve na curva (após fim do inverno) reduziu a doença à metade do que estava no pico. Quando pensamos que entraríamos em uma descida, a curva voltou a subir", complementou.

De acordo com a médica Lucia Pellanda, professora de Epidemiologia e reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), a pandemia agora "está pegando bem mais jovens, que se expõem mais e têm menor mortalidade". 

"Demora mais para aparecer a mortalidade secundária ou terciária, quando eles transmitem para outros familiares. Mas, se seguir como está agora, haverá mais mortes. Ainda que haja mais conhecimento sobre a doença, se começar a faltar leito, a mortalidade sobe muito por falta de atendimento", disse. 

As mortes, último indicador a sofrer alteração, não chegaram a aumentar – estão estáveis.