CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Sul

Seca no RS: pequenos agricultores temem "faltar água para beber" se nada for feito

Visita da ministra Tereza Cristina não trouxe soluções práticas; seca já compromete a subsistência das famílias

Lavoura afetada pela estiagem no RS (Foto: Reprodução / RBS TV)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Brasil de Fato - A falta de água está causando estragos em todas as regiões do estado. Não só os cultivos agrícolas destinados à comercialização estão registrando expressivas perdas, mas também a própria subsistência de muitas famílias está em risco.

Segundo Plinio Simas, representante do Movimento dos Pequenos Agricultores do RS (MPA/RS), a situação da agricultura familiar tem um estado preocupante: está faltando água para as pessoas beberem. Além disso, ele relata que as culturas que as famílias plantam para se alimentar estão também muito ameaçadas, de forma que o problema de passarem fome pode ser iminente.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"O que mais nos preocupa é a questão da alimentação. Mandioca, batata e feijão: a própria subsistência dos agricultores que está muito ameaçada. Mais do que isso, ao que tudo indica a estiagem irá continuar por longo período", disse.

Pior seca em 17 anos

Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do RS, esta é a pior seca do estado nos últimos 17 anos. Mais de cinco mil famílias de agricultores estão sem acesso à água até para uso nas casas.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

De acordo com o "Informe de Evento Adverso N°1" publicado pela entidade com levantamento do efeito da estiagem no estado, a falta de chuvas já compromete a contribuição do setor primário na economia gaúcha.

"Há o fato de que já são mais de oito mil localidades e mais de 207 mil propriedades atingidas pelos efeitos da estiagem no estado, além de cerca de 10,5 mil famílias com dificuldades ao acesso à água", informa o relatório.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Além disso, afirma que a estiagem provoca perdas nas mais diversas atividades agropecuárias. Até o momento, foram atingidos os cultivos de cerca de 115 mil produtores de grãos (soja, milho e feijão) e aproximadamente 23,5 mil produtores de leite.

Ainda conforme Douglas Cenci, presidente da Federação dos Agricultores Familiares/RS (Fetraf/RS), há a estimativa de que 70 mil famílias de pequenos agricultores estejam sofrendo com a seca, especialmente nas regiões Centro e Norte do estado.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Visita de ministra não trouxe esperanças

Nesse contexto, foi realizada a visita da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, ao Sul do país. Nesta quarta e quinta-feira (12 e 13), a ministra esteve visitando o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná para averiguar a situação da estiagem. Segundo fonte consultada pela reportagem, a visita não trouxe propostas concretas para amenizar o problema.

Segundo Plinio Simas, a vinda da ministra à região só trouxe promessas, mas nada de políticas públicas. Ele afirma sentir que há uma desconfiança por parte do governo federal com relação ao estado dos agricultores, o que julga não ser correto visto que a seca já é reconhecida, inclusive com centenas de municípios que já declararam estado de emergência.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Nós do MPA estamos apreensivos com esse descompromisso com todos os trabalhadores, mas em especial com os agricultores. Estão sem políticas públicas pra ajudar, ainda mais agora com essa estiagem muito grave", afirma.

Segundo o pequeno agricultor, as famílias do campo, no momento, precisam das políticas para ter um mínimo amparo, seja através de crédito emergencial, para se alimentar ou para produzir alimentos, ou mesmo com relação às dívidas. "É isso que a agricultura espera", afirma.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Tanto entre seus pares, como na avaliação do MPA, há a consideração de que as ações dos governos estadual e federal, até agora, são insuficientes. O movimento relata que já faz mais de um mês que essa situação está ruim, algo que é reconhecido pelos próprios órgãos de governo, e até o momento não percebem nenhuma política eficaz de socorro à essa população.

Dessa forma, eles esperam que a visita da ministra possa ser uma sinalização de que o governo vai encarar a situação de uma forma séria daqui pra frente, apesar de lamentar o grande "descompromisso" com a agricultura familiar e com o desenvolvimento rural da região.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO