Singer: Moro age para colocar lenha na fogueira
O colunista e cientista político André Singer avalia que o juiz Sergio Moro, da Lava Jato, adota métodos jurídicos questionáveis para atingir finalidades políticas, contando com a colaboração de meios de comunicação; "Judiciário e imprensa parecem colocar lenha na fogueira dos que desejam interromper um governo constitucionalmente eleito. Pode-se contestar que o impeachment também é constitucional. Verdade, mas consumá-lo a partir de provas forjadas mediante abuso de poder equivale a tisnar a democracia", diz ele
247 – O colunista e cientista político André Singer avalia que o juiz Sergio Moro, da Lava Jato, adota métodos jurídicos questionáveis para atingir finalidades políticas, contando com a colaboração de meios de comunicação.
"Judiciário e imprensa parecem colocar lenha na fogueira dos que desejam interromper um governo constitucionalmente eleito. Pode-se contestar que o impeachment também é constitucional. Verdade, mas consumá-lo a partir de provas forjadas mediante abuso de poder equivale a tisnar a democracia", diz ele na coluna Jogo viciado.
"Talvez movido pelo desespero de perder o domínio sobre a investigação contra Lula, Moro decidiu dar publicidade a diálogo telefônico em que Dilma Rousseff diz ao antecessor que lhe mandaria, onde estivesse, o termo de posse como ministro. Lida como prova de que a presidente tentava obstruir a Justiça por meio de uma espécie de salvo-conduto a Lula, a peça caiu como luva na movimentação a favor do impeachment", afirma o colunista.
"A primeira ação [a condução coercitiva de Lula] causou conflitos pontuais e acendeu a suspeita. A segunda turva de ilegalidade a eventual aprovação do impedimento. Outra vez, Moro justificou com ligeireza o ato praticado, argumentando que também gravação do ex-presidente norte-americano Richard Nixon tinha sido publicada na década de 1970. A justificativa explicita modelo de ação calcado em caso clássico de renúncia para evitar o impeachment".
Singer faz ainda outra ponderação importante. "O sistema de justiça e de mídia constituem estruturas de poder que precisam se manter equilibrados de modo a não distorcer o jogo político-partidário, cujo palco principal é o Parlamento. Nem o juiz nem os comentaristas podem decidir o flá-flu. Se insistirem, darão péssima contribuição neste que é o momento mais delicado da democracia brasileira desde o fim do regime militar."
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