CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Saúde

Câncer de mama: cientistas reprogramam células de defesa contra tumor

Estudo da Fiocruz revela avanços promissores no tratamento da doença; cientistas obtêm sucesso na redução significativa da massa tumoral em experimentos com camundongos.

Cientistas avançam em estudos sobre como tratar o câncer de mama (Foto: YinYang/istock)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - Pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Minas Gerais conseguiram reeducar células de defesa do organismo para combater o câncer de mama. O estudo abre caminho para desenvolver novos tratamentos de imunoterapia, ou seja, que estimulam o próprio sistema imunológico a reconhecer o tumor como algo a ser destruído. 

Para chegar a esse resultado, os cientistas usaram nanopartículas de óxido de ferro, que são estruturas muito pequenas capazes de uma grande interação com as células e com baixa toxicidade. O objetivo era modificar um tipo de célula de defesa, os macrófagos, para que elas pudessem combater o câncer. Essas células compõem quase metade da massa de um tumor. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Enquanto um tipo de macrófago, o M1, ajuda a limitar o crescimento das células cancerosas porque tem características inflamatórias, o tipo M2, ao contrário, tem ação anti-inflamatória e permite o crescimento das células tumorais. As nanopartículas introduzidas nas células alteram a quantidade de ferro presente e fazem uma reprogramação celular. Assim, elas transformam o M2 em M1.

Os cientistas fizeram o estudo em 3 etapas: primeiro testaram o efeito in vitro, cultivando macrófagos e células tumorais em laboratório. Em contato com as nanopartículas, eles conseguiram fazer a reprogramação dos macrófagos e provocar a morte das células indesejadas. Depois, foi feito um ensaio em um modelo 3D multicelular, que imita o microambiente do tumor do câncer de mama, incluindo outras células do organismo humano. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por fim, foram feitos testes em camundongos com câncer de mama. “Foi o resultado mais surpreendente porque, com apenas uma aplicação, conseguimos reduzir em 50% a massa tumoral”, conta Camila Sales Nascimento, pós-doutoranda do grupo de Imunologia Celular e Molecular, uma das líderes do trabalho. 

As nanopartículas de óxido de ferro usadas no estudo foram produzidas nos laboratórios da Fiocruz Minas, por meio de uma parceria com a equipe do professor Celso Melo, do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco, que desenvolveu, originalmente, o composto. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Nova opção de tratamento

Segundo o líder do grupo de Imunologia Celular e Molecular da Fiocruz e coordenador do projeto, Carlos Eduardo Calzavara, o estudo abre caminho para novos tratamentos. “Não é um tratamento substitutivo, mas pode vir a ser uma alternativa, principalmente em casos de tumores agressivos.”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Atualmente os pesquisadores estão trabalhando para determinar informações sobre absorção, efeitos colaterais, doses e toxicidade para poder iniciar testes clínicos em humanos.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO