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Saúde

Cirurgia com robô a laser é nova opção para tratar a apneia

Novo método possibilita menor sangramento e melhor cicatrização, garantindo um pós-operatório mais rápido e tranquilo

Apneia do sono (Foto: iStock)
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Por Fábio de Oliveira, da Agência Einstein - É um problema que não tem idade, acomete de bebês a pessoas mais idosas. E nem sempre tem a ver com o ganho de peso, como muita gente acredita. Só na cidade de São Paulo, estima-se que 16% da população apresente algum grau de apneia obstrutiva do sono, caracterizada por paradas respiratórias de até 10 segundos quando a pessoa está adormecida. No mundo, calcula-se que de 3% a 7% dos adultos tenham a doença, que pode ser causada por algum tipo de obstrução nas vias aéreas. Uma nova forma de tratar a doença começou a ser realizada recentemente no Brasil. Trata-se da combinação do robô cirúrgico Da Vinci com o novo Duo Laser de CO2.

“O robô possibilita uma visualização 3D”, explica o otorrinolaringologista Denilson Fomin, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o primeiro na América Latina a usar este tipo abordagem, denominada de TORS (Trans-oral robotic surgery). No final das contas, garante também maior acurácia. Ao robô é acoplado o laser.  “O corte do tecido é mais preciso, ocorre menos sangramento, menor inchaço (edema) no pós-operatório e uma cicatrização mais rápida”, completa Fomin. A explicação é que o laser de CO2 faz isso com uma temperatura mais baixa. Assim, ocorrem menos, por assim dizer, traumatismos. Por este motivo, o processo cicatricial se torna ligeiro.

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Quanto maior a respiração bucal, típica da apneia obstrutiva do sono, maior a pressão sobre o palato, que fica mole e oclusivo. E a base da língua é colocada para trás devido à passagem do ar. Outro obstáculo no caminho. A TORS remove a área flácida da estrutura palatar e, na base da língua, o excesso de tecido.

Logo após o procedimento, o paciente segue para o quarto e, no mesmo dia, vai para casa. No pós-operatório, a dieta deve ser leve, líquido-pastosa, durante cinco dias. Indicam-se também analgésicos para a dor. “A alimentação mais fria é recomendada porque não causa vasodilatação e, assim, não estimula sangramento”, diz Fomin. 

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Diagnóstico

Antes de apelar para o robô a laser, é necessário descobrir o que causa a obstrução responsável por roncos e paradas respiratórias ao longo da noite. As vias aéreas englobam nariz, faringe e base da língua. Em algum desses pontos, pode haver uma barreira para a passagem do ar. Para identificá-la, os médicos recorrem a um exame, a nasofibroscopia, que se vale de uma fibra óptica com uma câmera na ponta. Ela é introduzida via nariz. O paciente fica acordado o tempo todo. Daí, os especialistas conseguem enxergar o que chamam de sítio obstrutivo. “Isso é importante porque até um tumor no nariz ou na garganta leva à obstrução”, conta o otorrino do Einstein. Sem contar um pólipo, um cisto, um desvio de septo ou, como dito acima, o aumento da base da língua. 

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Se resta alguma dúvida, pode-se solicitar outro exame: a sonoendoscopia, que avalia a anatomia da faringe e da laringe com o auxílio de uma microcâmera. A nasalaringoscopia, sua outra alcunha, é indicada sobretudo quando o nariz está fechado, o palato flácido e a base da língua crescida – todos motivos para a apneia obstrutiva. Nessa situação, o especialista pode optar também pela tomografia computadorizada de cavidade nasal e pescoço para ter a dimensão exata da problemática. Essa tomografia serve ainda para analisar o resultado da cirurgia de três a quatro meses depois da operação. “Não dá para fazer uma indicação empírica”, diz Denilson Fomin.

A apneia é dividida em leve, moderada e grave. A pessoa com os dois últimos tipos tem como tratamento o CPAP, aparelho com uma espécie de máscara que o ajuda a respirar melhor durante o sono, e a cirurgia. “A opção pelo CPAP ou cirurgia vai depender da área obstruída e do processo de adaptação do paciente”, explica Fomin. “Existem aqueles que só querem fazer a cirurgia nasal. Testam o CPAP e, depois de quatro anos, mesmo com bons resultados, desejam tentar a operação porque não estão a fim de usar um aparelho pelo resto da vida.” Em ambos os casos, não há promessa de 100% de cura. Na cirurgia, a resposta positiva é 70%. No CPAP, 95% têm boa resposta. Deve-se levar em conta também a idade do paciente. Uma pessoa mais jovem nem sempre está disposta a usar o aparelho e pode preferir a cirurgia, que não vai ser indicada para um idoso de mais de 80 anos. 

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No caso das crianças, quanto mais cedo se intervém, melhor. “O problema interfere na qualidade do sono, no cérebro e em todo o sistema cardiovascular”, explica o otorrinolaringologista. A prática de atividade física pode ficar comprometida, assim como o desempenho escolar e cognitivo. Entre os adultos obesos, há um depósito de gordura na base da língua que provoca o problema. A apneia também tem um caráter familiar, com gerações que roncam. Até antes da menopausa, as mulheres figuram em menor número do que os homens no quesito apneicos. Depois dela, a probabilidade de desenvolver a doença alcança o mesmo nível em ambos os gêneros. O certo é que todos querem ter uma noite de sono tranquila e restauradora. 

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