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Saúde

Coronavírus no Brasil: não há motivos para pânico

“A chegada do vírus no Brasil não é motivo para pânico. A informação e os cuidados básicos que deveriam ser tomados para evitar a disseminação de vírus como a gripe são as melhores estratégias”, diz o infectologista Fernando Gatti de Menezes

Imagem de computador criada pela Nexu Science Communication, em conjunto com o Trinity College, em Dublin, mostra um modelo estruturalmente representativo de um betacoronavírus, que é o tipo de vírus vinculado ao COVID-19, mais conhecido como coronavírus ligado ao surto de Wuhan. (Foto: NEXU Science Communication/via REUTERS)
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Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein - Na manhã de ontem, dia 26, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso positivo de coronavírus no Brasil. O paciente é um homem de 61 anos, que mora na cidade de São Paulo e veio da Itália. Ele foi diagnosticado com o Covid-19 após ser atendido no Hospital Israelita Albert Einstein, onde deu entrada no dia 24. Mas, e agora que o vírus atravessou o oceano Atlântico e chegou em terras brasileira? O que fazer? Para responder as perguntas que estão surgindo nos grupos de WhatsApp (especialmente os de escolas e famílias) e as redes sociais, a AGÊNCIA EINSTEIN conversou com o infectologista Fernando Gatti de Menezes, do Hospital Israelita Albert Einstein. Primeira orientação, não há razão para medo: “A chegada do vírus no Brasil não é motivo para pânico. A informação e os cuidados básicos que deveriam ser tomados para evitar a disseminação de vírus como a gripe são as melhores estratégias”, diz.

Os últimos dados do Ministério da Saúde, divulgados hoje, dia 26, indicam que atualmente 20 casos suspeitos de Covid-19 estão sendo monitorados em sete estados brasileiros (Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina). E até agora 59 casos suspeitos já foram descartados.

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Afinal, que vírus é esse?

Trata-se de um vírus da família coronavírus, grupo que reúne uma série de agentes que causam infecções respiratórias. Embora a maioria deles de manifeste com sintomas clássicos do resfriado e de forma leve, alguns podem causar doenças graves. É o caso da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) identificada em 2002. A doença provocada por ele se chama Covid-19.

Quais os principais sintomas do novo coronavírus?

Dor de cabeça, corrimento nasal, febre e a tosse seca como sintomas iniciais. Dor de cabeça, cansaço e dor muscular são outros sintomas que podem acompanhar a doença ao longo dos dias.

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É um vírus muito perigoso?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), com base nos dados dos pacientes infectados, 81% desenvolveram sintomas leves, 14% sintomas graves e 5% ficam em estado crítico. Sua letalidade está em torno de 2%.

Quais os critérios para definição de um caso suspeito para o novo coronavírus?

No dia 24 de fevereiro o Ministério da Saúde ampliou os critérios para definição de caso suspeito para o Covid-19. É preciso apresentar febre e mais um sintoma gripal (como tosse, espirros frequentes, falta de ar, dor de cabeça ou dor muscular) e ter vindo ou tido contato com algum dos seguintes países: Alemanha, Austrália, Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Japão, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietnã.

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O que fazer após o surgimento de sintomas?

Para ser considerado um caso suspeito para o novo coronavírus, é preciso atender aos critérios definidos pelo Ministério da Saúde.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) evitar o contato muito próximo com pessoas caso sinta alguns dos sintomas iniciais (dor de cabeça e corrimento nasal). Com tosse, dificuldade para respirar e viagem recente a algum dos países listados ou ainda com alguém que esteve nessas localidades, a indicação é procurar um médico.

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Quanto tempo depois de adquirido o vírus os sintomas começam a aparecer?

A doença pode ficar incubada até duas semanas após o contato com o vírus, sendo que o tempo médio para aparecimento dos primeiros sintomas é de 5 dias. Por esse motivo, o período de quarentena é 14 dias.

Como o vírus é transmitido?

O que se sabe até o momento é que a disseminação da doença entre as pessoas é feita por meio da contaminação por gotículas respiratórias ou contato. Isso quer dizer: por espirros, tosse, gotículas de saliva que se espalham durante uma conversa, contato pessoal próximo como toque e aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas.

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Quais as chances de contaminação?

O risco depende de onde você mora ou para onde viajou recentemente.

Como é possível se prevenir?

Assim como a gripe, os cuidados para evitar a contaminação com o coronavírus são básicos e deveriam fazer parte do dia a dia:

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  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
  • Usar o álcool gel nas mãos.

Qual é o exame que detecta a doença?

O diagnóstico laboratorial para a identificação do novo coronavírus é o PCR em tempo real, seguido do sequenciamento parcial ou total do genoma do vírus. O resultado fica disponível em 24 horas. Fernando Gatti de Menezes, infectologista do Einstein, lembra que só deve fazer o exame quem estiver dentro dos critérios de caso suspeito. “O exame não detecta o vírus incubado e sim somente depois que os sintomas aparecem. Então, não adianta se desesperar”.

Estive em um hospital que atendeu casos suspeitos ou confirmados da doença. Corro algum risco?

Desde o início da epidemia, o Ministério da Saúde definiu condutas que devem ser seguidas pelos serviços de saúde para oferecer atendimento apropriado e garantir a segurança de todos os pacientes e profissionais. Portanto, não há necessidade de suspender consultas e procedimentos já agendados. Somente pacientes com isolamento respiratório indicado por uma equipe médica devem ficar em suas residências com máscara cirúrgica.

Tenho uma viagem programada para um dos países que tiveram casos da doença. O que devo fazer?

Se possível, remarque para uma data futura ou cancele a viagem. Caso não seja possível, aumente os cuidados, higienizando bem as mãos (carregue sempre um fraco de álcool em gel), evite contato muito próximo com as pessoas (prefira distância de pelo menos um metro) e valorize a etiqueta, protegendo boca e nariz no momento da tosse e do espirro. Se possível, em locais com grande número de pessoas contaminadas, use máscara de proteção.

Qual o tratamento para a doença?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus. No geral, a indicação é o repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, que devem ser prescritas e acompanhadas por um médico. De acordo com o Ministério da Saúde, os pacientes que receberem alta durante os primeiros 7 dias do início do quadro (qualquer sintoma independente de febre), devem ser alertados para a possibilidade de piora tardia do quadro clínico e sinais de alerta de complicações como: elevação ou reaparecimento de febre, ou sinais respiratórios, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispneia (falta de ar).

Existe vacina para o novo coronavírus?

Até o momento não existe vacina ou qualquer medicamento para curar a doença. Dessa forma, as pessoas afetadas devem receber cuidados para aliviar os sintomas e, em casos mais graves, ter acompanhamento médico ou até serem hospitalizadas.

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