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Saúde

É dengue, zika ou chikungunya?

Saiba diferenciar essas três doenças que são transmitidas pelo mesmo mosquito

Mosquito Aedes Aegypti (Foto: NIAID)
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Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein - Um mosquito e três doenças. O Aedes aegypti é um antigo conhecido do brasileiro, especialmente pela dengue, doença que teve seus primeiros registros por aqui no início do século XIX. O inseto chegou a ser erradicado na década de 1950 e oito anos mais tarde, em 1958, o país foi considerado livre do vetor pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas a erradicação do mosquito não durou muito tempo: na década de 1960, novos focos do Aedes aegypti foram observados em várias localidades do país e o primeiro surto de dengue foi documentado em 1981 na cidade de Boa Vista, em Roraima. 

Com medidas entre 0,5 cm e 1 cm, riscos brancos no corpo, cabeça e patas, o Aedes aegypti é, além da dengue, transmissor de zika, chikungnya e de febre amarela no meio urbano. Apesar do seu curto tempo de vida – de 45 dias – uma fêmea do mosquito é capaz de dar origem a até 1500 novos insetos. A desova acontece aos poucos e em vários lugares diferentes e, dessa forma, garante a preservação da espécie. 

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Em ambiente seco, os ovos conseguem resistir por períodos de até 450 dias, de acordo com estudos. No entanto, seu desenvolvimento requer água, preferencialmente limpa. Por isso, o verão – período marcado pelo aumento das chuvas – é propenso para a proliferação do Aedes aegypti.  Dados do Ministério da Saúde mostram que entre janeiro e 10 de dezembro do ano passado foram confirmados 10.319 casos de dengue e 141 mortes. Para chikungunya, foram 65.840 casos confirmados e 36 mortes. Com menor incidência, a zika teve 3.625 casos confirmados e 4 mortes. 

Além de serem transmitidas pelo mesmo inseto, as três doenças têm em comum sintomas iniciais como mal-estar e dor muscular, mas é importante estar alerta aos indícios de cada problema e, principalmente, eliminar focos do mosquito. Veja abaixo: 

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Dengue

É uma doença febril aguda causada por um vírus do gênero Flavivírus e transmitida por meio da picada do Aedes aegypti. De acordo com o Ministério da Saúde, é hoje a mais importante arbovirose (propagada por mosquitos artrópodes) que afeta o homem e é considerada um problema de saúde pública, especialmente em países tropicais onde o clima favorece a proliferação desse tipo de mosquito. Apesar disso, a doença está em expansão cada vez maior, com números alarmantes em regiões de clima não tão favoráveis, como é o caso dos Estados Unidos.

Apesar das variações do vírus em quatro tipos – todos presentes no Brasil – os sintomas iniciais da infecção por dengue são os mesmos: febre alta (que pode ultrapassar 39 °C), de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza e dor atrás dos olhos. “Os tipos são apenas classificações dos vírus de acordo com as variações deles, mas a doença é a mesma. O que muda é como ela se desenvolve no organismo de cada pessoa”, explica o infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein Hélio Arthur Bacha. 

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A dengue clássica é a forma mais leve da doença e representa a maioria dos casos. Tem duração de cinco a sete dias e seus sintomas mais comuns são febre alta, dores de cabeça, musculares e cansaço, que muitas vezes são confundidos com gripe. “A diferença é que a febre normalmente não vem acompanhada de coriza”, explica Hélio Arthur Bacha. Náuseas e vômitos e diarreia também podem ocorrer. Por isso, a recomendação do médico é que, diante da suspeita dos sintomas, o paciente procure imediatamente um médico para averiguação da doença e indicação do tratamento. 

Já a dengue grave é a manifestação do problema na sua forma mais perigosa e pode levar à morte se não for tratada com rapidez. Os sintomas iniciais são os mesmos da dengue clássica, mas a febre pode diminuir após o terceiro ou quarto dia enquanto a doença evolui com prostração, queda da pressão arterial, desidratação e possíveis hemorragias.

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Essa forma mais grave da doença acontece mais comumente em pessoas que já tiveram dengue alguma vez. Ao ser infectado pela primeira vez, o organismo produz anticorpos específicos para o tipo viral exposto (1, 2, 3 ou 4), mas continua sensível aos demais. A infecção pela segunda vez eleva as chances de manifestação da doença na sua forma grave e pode estar acompanhada pela produção exagerada de resposta inflamatória. Esse aumento dos mecanismos de defesa associado ao processo infeccioso causa lesões nas paredes endoteliais (internas) dos vasos com perda de líquidos.

Zika

Transmitida também pela picada do Aedes aegypti, em 80% dos casos, o vírus da zika não desenvolve sintomas e a doença passa despercebida. E quando aparecem seus sinais – febre, dor de cabeça, vermelhidão nos olhos, dores nas articulações e manchas no corpo – são, na maioria das vezes, considerados leves e têm cura espontânea após dez dias.

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No entanto, em sua forma mais grave, o zika vírus apresenta risco de desenvolvimento de complicações neurológicas como encefalites, a síndrome de Guillain Barré e a microcefalia, que pode ocorrer em bebês de mulheres infectadas durante a gravidez. De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde para Zika, entre 8 de novembro de 2015 e 10 de novembro de 2018 foram confirmados 3279 casos de alteração no crescimento e desenvolvimento de crianças relacionados à infecção causada pelo vírus. Desse total, 615 foram classificados como prováveis para a relação com a infecção durante a gravidez. Foram 67 mortes no período classificadas como prováveis para infeção durante a gestação. 

“Há estudos em andamento para esclarecer questões como a atuação do vírus dentro do organismo humano e a infecção do feto e o período de maior vulnerabilidade para gestante e o bebê”, explica o médico infectologista Hélio Bacha.

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Chikungunya

Já conhecida na Europa, a febre chikungunya foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2014. Ela é causada pelo vírus Chikv e provoca sintomas iniciais bem parecidos com os da dengue: febre alta abrupta e mal-estar. O que a diferencia são as dores intensas nas articulações, especialmente as dos pés, mãos, dedos, pulsos e tornozelos. Isso ocorre porque, ao entrar em contato com a corrente sanguínea, o vírus se multiplica rapidamente e consegue afetar a membrana que recobre as articulações. Ainda não há uma vacina para a doença e o tratamento deve ser prescrito por médicos de forma individualizada, especialmente quando há um prolongamento nas dores articulares. “Na sua forma mais grave, a doença pode gerar dores crônicas nas articulações e os cuidados poderão ser permanentes”, diz o infectologista. 

Hélio Bacha acredita que tanto para zika quanto chikungunya as vacinas devem ser realidade no futuro, mas enquanto isso a melhor forma de prevenção é o combate ao mosquito Aedes aegypti.

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