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Saúde

Inovações contra a doença de Parkinson

Neuroestimulação e remédio para impedir a ação de proteína produzida no intestino são esperanças contra a enfermidade

(Foto: Reprodução)
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Por Nicola Ferreira, da Agência Einstein - Tecnologia e conhecimento genético são duas das chaves para encontrar um tratamento mais efetivo contra a doença de Parkinson, enfermidade que afeta mais de 600 mil brasileiros maiores de 60 anos de idade. Sem cura até hoje, a doença é uma das mais sérias ameaças à saúde de idosos, embora também afete jovens, e se configura como um grande problema de saúde pública com o envelhecimento da população. Por isso, em todo o mundo a ciência propõe opções que levem à cura ou a métodos eficazes que retardem a progressão da enfermidade. “Certamente trataremos os pacientes amanhã diferentemente de como tratamos hoje. O futuro é promissor”, afirma a neurologista Chien Hsin Fen, do Hospital das Clínicas de São Paulo e membro da comissão científica da Associação Parkinson Brasil. 

O que é a doença de Parkinson

Crônica e progressiva, a doença de Parkinson é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso central. Seus sintomas resultam da diminuição intensa da produção da dopamina, um neurotransmissor - substância química que auxilia na transmissão de mensagens entre as células nervosas envolvidas nos processos de realização dos movimentos voluntários do nosso corpo. Sem a comunicação entre os neurônios, há perda do controle motor e outras disfunções, como a rigidez nas articulações do punho, cotovelo, ombro, coxas e tornozelo, tremores nos membros superiores, lentidão motora e desequilíbrio. Conhecidos como “sintomas motores”, eles não são os únicos que podem aparecer, pois pode haver a incidência dos “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, problemas intestinais e do sono. Esse conjunto de sinais é chamado de parkinsonismo. Ele pode ser causado por diversas doenças, mas aproximadamente 70% dos casos a causadora é a doença de Parkinson.

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A redução da fabricação da dopamina ocorre gradualmente, com o passar do tempo, em todos os indivíduos. “Em uma pessoa normal há a perda de 1% do nível de dopamina no cérebro a cada década”, explica o neurologista André Carvalho, do Hospital Israelita Albert Einstein. “No parkinsoniano, a taxa da perda é de 10% ao ano.” 

Atualmente, o tratamento é restrito a medicamentos que agem na reposição da dopamina perdida. Ou seja, eles apenas melhoram os sintomas apresentados pelo paciente, mas não há cura nem remédios que atrasem a evolução da enfermidade.

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Novas pesquisas e o futuro

A ciência está focada principalmente em entender a origem do Parkinson e os mecanismos envolvidos na sua progressão. Uma tecnologia conhecida como Análise multiescala de redes de genes - permite observar mais genes em uma certa região - identificou genes que nunca haviam sido associados à doença. Um dos mais importantes foi o gene, o STMN2, apontado como um dos mais ativos para o surgimento da doença. A investigação objetiva descobrir quais os fatores genéticos responsáveis por 80% dos casos da síndrome no mundo.

Outra descoberta, feita por pesquisadores do Hospital Johns Hopkins, nos Estados Unidos, pode levar à criação de um medicamento que ajude a frear o desenvolvimento da doença. O alvo é a proteína alfa-sinucleica, produzida no intestino, mas, sabe-se agora, é capaz de viajar pelo corpo e chegar até ao cérebro, onde se acumula sobre os neurônios responsáveis pela produção de dopamina, contribuindo para sua morte. Os cientistas trabalham para encontrar formas de inibir a produção da proteína.

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Há casos nos quais é possível realizar um implante de estimuladores na região afetada. “Os eletrodos emitem correntes elétricas que reequilibram o funcionamento de regiões cerebrais afetadas pela doença”, explica Carvalho. O método permite uma intervenção mais direta contra a doença, sem o risco de efeitos colaterais como piora da fala.

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