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Saúde

Manual de saúde do folião para resistir até o último bloco

De bebidas a roupas, passando pelo sexo protegido, um guia para curtir o carnaval numa boa e com disposição de sobra

(Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)
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Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein - Oficialmente, o feriado de carnaval é só no fim do mês, mas, na prática os blocos já estão nas ruas e os ensaios das escolas de samba estão a todo vapor. Longas caminhadas nos sambódromos ou em ruas que ora são planas, ora são íngremes, exposição à altas temperaturas e às chuvas características do verão, alimentação desregrada, consumo exagerado de álcool e pouco sono acabam virando rotina de quem não quer perder um minuto de festa. Alguns cuidados com a saúde podem evitar que a brincadeira não acabe antes da quarta-feira de cinzas.

Moderação no álcool

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A melhor forma de evitar ressaca no dia seguinte é beber com moderação e intercalar a bebida alcoólica com água. O limite diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para ingestão de álcool é de 30 gramas (equivalente a três doses de chope ou a uma dose de uísque por dia). “Até este valor, o impacto no reflexo, raciocínio e consciência é pequeno. Acima disso o consumo é considerado excessivo”, explica o médico intensivista e clínico geral Leonardo José Rolim Ferraz, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. Fatores como gordura corporal, sexo (mulheres são mais sensíveis) e uso de remédios individualizam o impacto do álcool no organismo. 

Mito: álcool evapora no calor. O consumo de bebidas em excesso desidrata o corpo. “Quando você toma muita cerveja, por exemplo, vai mais vezes ao banheiro e elimina água.  No suor, o que perdemos é água e não o álcool”, explica o médico.

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Verdade: a ressaca de álcool associada ao tabagismo é pior. Tanto o álcool quanto a nicotina interferem no sistema nervoso central e a combinação das duas substâncias potencializa os efeitos colaterais no dia seguinte. Um estudo realizado pela Universidade Brown, nos Estados Unidos, com 113 universitários, mostrou que fumar aumenta as chances de consumo maior de bebida alcoólica e maior intensidade de sintomas como náuseas, dor de cabeça e fadiga no dia seguinte. “Ter ressaca nunca é uma boa ideia. Em curto prazo ela interfere em habilidades como atenção e reflexos e prejudica o desempenho de atividades intelectuais e profissionais”, diz o médico.

Quando passa do ponto: A fala mole e enrolada e o desequilíbrio são sintomas comuns do consumo exagerado. Neste caso, descansar e ingerir água para hidratar o corpo com água, isotônico ou bebida à base de cola é a melhor solução. “Minha recomendação é só comer alguma coisa quando estiver melhor para não correr o risco de vomitar”, explica o clínico geral do Einstein. Um médico deve ser procurado se houver desmaio ou perda da consciência. Carro nem pensar. “O Brasil é um dos países com maior taxa de acidentes de trânsito relacionados com bebida. O indivíduo coloca em risco a vida dele e de outras pessoas”.

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Bebida (dose)

Quantidade de álcool na bebida

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1 lata de cerveja

17 gramas

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1 copo de chop

10 gramas

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1 taça de vinho

10 gramas

1 dose de destilado (uísque, cachaça ou vodca)

25 gramas

Quantidade de bebida

Efeitos no organismo

2 latas de cerveja ou 2 taças de vinho ou 1 dose de destilado

Relaxamento e leve mudança na percepção

3 latas de cerveja ou 3 taças de vinho ou 1,5 dose de destilado

Estado de euforia com redução da atenção, julgamento e controle

5 latas de cerveja ou 5 taças de vinho ou 2,5 doses de destilado

Sérias alterações dos reflexos

7 latas de cerveja ou 7 taças de vinho ou 3,5 doses de destilado

Confusão mental, vertigens e visão dupla

  • Sexo protegido:

Ande com preservativo na bolsa ou na carteira. Calor, samba, bebida e alegria não combinam com sexo desprotegido. Estima-se que, após o carnaval, a procura por testes de gravidez cresça 15%. “Mais do que o risco de engravidar, o uso de preservativo protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, Aids e outras. Camisinha não é responsabilidade apenas do homem. As mulheres podem se empoderar e saírem de casa usando camisinhas femininas”, afirma Rolim. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou que 376 milhões de pessoas no mundo têm alguma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável como clamídia, gonorreia e sífilis. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2010 e junho de 2019 foram notificados 650.258 casos de sífilis adquirida.

  • Hidratação

Manter-se hidratado é imprescindível para que o corpo funcione bem, especialmente em períodos de excesso, afinal a água corresponde a cerca de 2/3 de toda a composição do corpo humano. É ela que garante a oxigenação dos órgãos, a eliminação de substâncias tóxicas – principalmente por meio da urina – e o transporte de nutrientes, já que é componente do plasma sanguíneo. “Na prática, quando não ingerimos quantidade adequada de água estamos diminuindo a capacidade de oxigenar os tecidos do corpo e, em casos extremos, podemos comprometer a função de órgãos como o rim e o coração”, explica o médico do Einstein. 

Sinais: Os sinais mais óbvios de desidratação são a sede e a urina escura. E sede se mata com água. O porém é que nem sempre este aviso é claro – idosos, por exemplo, podem ter comprometido este mecanismo. Além disto, a ingestão de outros líquidos, como refrigerantes, cerveja e destilados pode enganar o folião. Pele ressecada, fraqueza, tontura e dor de cabeça são outros indicativos. “Não é preciso esperar para se manter hidratado. Tome água sempre que possível. Além de manter organismo funcionando, o líquido reduz os sintomas da ressaca”, pondera o clínico geral.

  • Alimentação

Comer em casa antes de sair para a folia é sempre a melhor opção, uma vez que há controle da procedência dos ingredientes e armazenamento. Outra dica é evitar gordura, frituras e pratos pesados, que têm digestão mais lenta no organismo. “O processo de digestão gasta energia e o folião vai precisar dela para pular o carnaval”, explica o médico do Einstein. Dê preferência a alimentos leves como saladas, carne grelhadas, frutas e carboidratos. Na rua, escolha sempre alimentos pré-prontos e evite qualquer coisa crua para evitar os riscos de intoxicação alimentar. 

  • Proteção solar 

Abuse do uso de protetor solar, principalmente em áreas como rosto, pescoço e orelhas e pés, geralmente esquecidas. A reaplicação deve ocorrer a cada quatro horas até em dias nublados. Barreiras físicas, como uso de bonés, viseira, óculos de sol também são recomendadas para evitar queimaduras e diminuir as chances de insolação (exposição solar excessiva que resulta desidratação e lesão na pele, elevando a temperatura corporal e causando mal-estar).

  • Doença do Beijo

Assim como a gripe e o resfriado, a mononucleose, popularmente conhecida como doença do beijo, é transmitida pela saliva durante o beijo ou por gotículas dela que são liberadas durante a fala, tosse ou espirro. Causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) tem como principais sintomas febre alta, dor de garganta e aumento dos gânglios, que começam a aparecer entre 4 e 6 dias após a transmissão. Por isso, a dica é simples: se está com sintomas de umas destas doenças infectocontagiosas, evite aglomerações e a transmissão em massa. Cubra a boca com as mãos quando tossir ou o nariz quando espirrar e use álcool gel. 

  • Roupas e calçados 

Lembre-se que você vai ficar muito tempo em pé. Então, diga não aos saltos e aos sapatos desconfortáveis. O calçado ideal é do tamanho adequado e com palmilha de proteção, como os tênis. “Para evitar lesões musculares e dor, tente descansar 15 minutos a cada duas horas e, se possível, faça alongamentos antes de sair de casa”, orienta o médico. Quanto às fantasias, deixe de lado as muito quentes e pesadas.

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