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Saúde

Pesquisa com terapia genética impede que vírus zika deixe sequelas em cérebro de fetos de camundongos

Em estudo realizado em camundongos, pesquisadores atrelaram antivirais a vesículas que atravessaram a placenta e a barreira hematoencefálica

Mosquito Aedes Aegypti (Foto: NIAID)
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Por Isabella Sanches, da Agência Einstein - Técnica de silenciamento gênico impediu a transmissão do vírus zika para os fetos de camundongos, em estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Nanquim, na China. Liderada pelo pesquisador Zhiwei Wu, a equipe usou nanopartículas, chamadas de pequenas vesículas extracelulares (ou sEVs, na sigla em inglês), para entregar, diretamente aos fetos dos animais, os medicamentos antivirais que inibem a ação do zika.

Capazes de atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica – uma espécie de muralha que protege o sistema nervoso central de substâncias tóxicas –, as vesículas com a medicação atrelada conseguiram diminuir significativamente os danos neurológicos fetais causados pelo vírus, inclusive a redução do tamanho do cérebro, a chamada microcefalia. 

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Além de suprimir a infecção, a técnica também atuou contra a inflamação e os danos neurológicos, como os defeitos na região do cérebro denominada de cerebelo. Os resultados do trabalho foram publicados na revista científica Molecular Therapy

Embora promissor, os pesquisadores reforçam que o estudo ainda é preliminar e afirmam que serão necessários mais estudos até que esse tipo de tratamento seja usado em seres humanos. “Aumentar o rendimento e a eficiência na produção, e o desenvolvimento de sEVs que tenham como alvo outros tecidos ampliará a aplicação e a eficácia da técnica de entrega de genes”, destacam os autores no artigo publicado. 

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Brasil viveu surto em 2015

Considerada uma doença com sintomas mais brandos que suas “primas”, a dengue e a Chikungunya (todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti), a zika entrou no radar brasileiro entre 2015 e 2016 como uma emergência sanitária. No período, houve um surto de bebês nascidos com microcefalia, sequela associada ao vírus, que causava danos neurológicos mesmo antes do nascimento. 

O aumento de casos teve um pico expressivo principalmente na região Nordeste do País. Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2015 e 2020, foram notificados 19.622 casos suspeitos de Síndrome Congênita associada à infecção pelo Zika vírus (SCZ). Desses, 3.577 foram confirmados. Embora o período de emergência tenha sido encerrado, novos casos da síndrome ainda ocorrem, de acordo com o órgão, e há suspeitas de que o vírus entrou no Brasil antes do que é relatado na literatura científica. 

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Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) encontraram evidências de aumento de casos de microcefalia associadas ao zika ainda em 2014, um ano antes do período de surto registrado. A Paraíba foi o terceiro Estado em notificações de SCZ, atrás apenas da Bahia e Pernambuco, respectivamente. 

Situação brasileira segue inalterada

Não há nada que indique que as condições que propiciaram o surto do vírus zika no Brasil em 2015 foram resolvidas, segundo Bernadete Perez, médica sanitarista e professora da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). “Ainda temos áreas urbanas de grande vulnerabilidade, sem saneamento básico e acesso à água encanada, obrigando o armazenamento e aumentando os riscos de surgimento do mosquito”, afirma. 

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Perez, que também é supervisora do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do Hospital das Clínicas da UFPE (da Rede Ebserh), coordena desde 2016 um estudo para acompanhar crianças nascidas na instituição com a síndrome. “A frequência diminuiu, mas esses bebês continuam nascendo”, afirma. “O problema não acabou e continua muito grave, tanto pelos que já nasceram e sofrem com a falta de atendimento adequado, quanto pelas gestantes expostas ao mosquito”, diz. 

A professora alerta ainda que a falta de políticas públicas para conter a expansão do Aedes aegypti, mosquito transmissor de diversas arboviroses, mantém todos em alerta para o próximo surto da doença. “É muito difícil erradicar o mosquito, já que ele está adaptado às cidades, mas é plenamente possível controlar a presença”, acredita.

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