247 - O Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza denunciou que Israel tem limitado severamente a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, descumprindo os compromissos firmados em acordos anteriores. Segundo comunicado oficial, apenas uma fração do total combinado de suprimentos e combustível chegou ao território palestino, o que agrava a crise humanitária enfrentada pela população local.
As informações foram divulgadas pela agência Prensa Latina, que citou dados fornecidos pelas autoridades de Gaza. De acordo com o relatório, entre o início do acordo e 31 de outubro, apenas 3.230 caminhões carregados com ajuda humanitária conseguiram entrar no enclave costeiro. Desse total, 2.564 veículos transportavam mantimentos e produtos de socorro, incluindo 84 com diesel e 31 com gás de cozinha. Outros 639 caminhões continham mercadorias diversas, como roupas e utensílios domésticos.
O órgão palestino afirmou que esses números representam apenas 24% do previsto no pacto assinado entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). No caso do combustível, a limitação foi ainda mais drástica: somente 10% do volume acordado foi autorizado, o equivalente a 115 caminhões de um total de 1.100 esperados. “Esses números refletem a política contínua de restringir e interromper deliberadamente o fornecimento vital de energia necessário para o funcionamento de hospitais, padarias e instalações básicas”, destacou o comunicado.
<h3>Diante da escassez de insumos e energia, o governo local apelou à comunidade internacional e aos países mediadores para que pressionem o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a cumprir suas obrigações humanitárias.</h3>
O diretor-geral do complexo médico Al-Shifa, Muhammad Abu Salmiya, reforçou as denúncias, afirmando que Israel tem impedido a entrada de materiais hospitalares essenciais. “Apenas 10% dos suprimentos médicos necessários chegaram após a trégua”, revelou. Segundo ele, cerca de 350 mil pessoas dependem de medicamentos para tratar doenças crônicas, e muitas correm risco sem acesso aos tratamentos.
O diretor da Unidade de Informação de Saúde do Ministério da Saúde, Zaher Al-Wahidi, também alertou para a grave escassez de medicamentos, especialmente nos estoques de emergência, anestesia, cirurgias e doenças crônicas. “A situação é crítica e ameaça diretamente a vida de milhares de pacientes”, afirmou.Já Amjad Shawa, diretor da Rede de ONGs de Gaza, denunciou que o fluxo de ajuda “não mudou substancialmente desde o fim dos combates em 10 de outubro”. Ele ressaltou que o Exército israelense mantém o fechamento de quatro das seis passagens de fronteira — Karni, Zikim, Erez e Rafah — e impõe restrições severas nas de Kerem Shalom e Kissufim.
O Centro Palestino para os Direitos Humanos também se manifestou, acusando as autoridades israelenses de “obstrução deliberada” da entrada de ajuda humanitária. Segundo a entidade, a política de bloqueio aprofunda o sofrimento da população e compromete o acesso a serviços básicos, em violação às normas internacionais de proteção humanitária.
A crise reforça a pressão global por uma resposta efetiva que garanta o cumprimento dos acordos e o acesso de suprimentos vitais à população de Gaza, que enfrenta um dos períodos mais críticos desde o início do conflito.

Pacotes de ajuda humanitária aguardam transferência para Gaza, no lado de Gaza da passagem de Kerem Shalom, na Faixa de Gaza, em 24 de julho de 2025

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Mundo

Governo de Israel restringe entrada de ajuda humanitária em Gaza

247 - O exército de Israel anunciou neste domingo (19) que o cessar-fogo em Gaza foi retomado após uma escalada de violência que deixou cerca de 100 palestinos mortos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o acordo de cessar-fogo ainda está em vigor. Ele sugeriu que a liderança do Hamas pode não ter tido envolvimento direto nos ataques que Israel usou como pretexto para violar o cessar-fogo. “Achamos que talvez a liderança não esteja envolvida nisso”, afirmou o presidente a repórteres a bordo do Air Force One. “De qualquer forma... isso será tratado com firmeza, mas de forma adequada.”
<h3>Intensificação da ofensiva israelense</h3>
Em resposta à morte de seus soldados, Israel afirmou ter bombardeado dezenas de alvos do Hamas em Gaza, incluindo comandantes de campo, depósitos de armas e túneis subterrâneos.&nbsp;
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a ofensiva alegando violações do cessar-fogo por parte do Hamas. “Ordenei que os militares respondessem com força”, declarou.
Apesar da escalada, uma fonte de segurança israelense informou que a ajuda humanitária ao território palestino será retomada nesta segunda-feira (20), informa a Reuters.

José Reinaldo

Soldados israelenses perto da fronteira com a Faixa de Gaza 

Após violar cessar-fogo, Israel anuncia que vai permitir entrada de ajuda humanitária em Gaza

247 - A delegação brasileira da Flotilha Global Sumud, coordenada pelo ativista João Aguiar, tem sido alvo de vigilância diária de Israel durante a missão humanitária com destino à Faixa de Gaza, informa a jornalista Rocio Paiko no <a href="https://operamundi.uol.com.br/guerra-israel-x-palestina/somos-observados-todas-as-noites-por-israel-relata-ativista-brasileiro-da-flotilha/">Opera Mundi</a>. Em coletiva de imprensa organizada pelo Núcleo Palestina do PT, em São Paulo, Aguiar relatou episódios de intimidação com o uso de drones e destacou a importância do respaldo oferecido pelo Itamaraty.
A embarcação liderada por Aguiar está atualmente ancorada na Sicília, na Itália, devido ao mau tempo, e deve seguir rumo a Gaza nos próximos dias. O ativista denunciou que Israel tenta sabotar a iniciativa por meio de diferentes tipos de drones. “Israel tenta descredibilizar a gente, mas estamos preparados para a guerra psicológica que eles fazem, como também para os drones que sobrevoam a gente”, afirmou.
Vigilância noturna e riscos da missão
Aguiar relatou que os drones de observação sobrevoam a flotilha todas as noites. “Os drones de observação são diários, passamos em todo momento à noite vendo vários sobrevoando”, disse, ressaltando a insegurança diante das ações israelenses. “A gente não confia nem um pouco no que esse Exército de Israel pode fazer, então é importante que as nações se mobilizem, que denunciem, que nos dê proteção para que cheguemos com tranquilidade”.
O ativista também descreveu um episódio em que um drone lançou uma bomba nas proximidades de um dos barcos. “No segundo ataque de drone, por exemplo, eu estava chegando em um dos barcos e avistei o aparato jogando uma bomba. Avisei o pessoal [do Núcleo do PT] imediatamente e, na mesma hora, os auxiliares do [assessor presidencial] Celso Amorim já me ligaram”, contou.
Apoio diplomático brasileiro
De acordo com Aguiar, o contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil tem sido constante. Ele revelou que há comunicação diária com o Itamaraty, em articulação com o Núcleo Palestina do PT, que auxilia na interlocução. O governo brasileiro já havia emitido comunicados demonstrando preocupação com a segurança da flotilha.

Brasileiro relata vigilância israelense contra flotilha rumo a Gaza e cita apoio do Itamaraty

GENEBRA (Reuters) - Existe um risco de Gaza passar por outra crise de fome se Israel continuar a bloquear a entrada de ajuda, disse nesta segunda-feira o chefe da agência de assistência palestina da ONU (UNRWA) em Gaza.
"Acho que quanto mais avançarmos (com os bloqueios de ajuda), mais veremos o impacto aumentar sobre a população. E, obviamente, o risco... é que voltemos à situação que vivemos meses atrás, com o agravamento da fome na Faixa de Gaza", disse o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini.
Na mesma coletiva de imprensa em Genebra, ele descreveu a situação financeira da agência como "crítica e precária".

Camila França

Crianças palestinas aguardam para receber comida de uma cozinha de caridade em meio à escassez de suprimentos, em Rafah, sul da Faixa de Gaza
05/03/2024
REUTERS/Mohammed Salem

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Crise de fome em Gaza pode voltar se restrições de ajuda israelense continuarem, diz chefe de agência da ONU

247 - O governo de Israel anunciou, neste domingo (9), o corte imediato do fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza, medida que agrava a crise humanitária no território palestino. A decisão foi comunicada pelo ministro da Energia, Eli Cohen, por meio de um vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter), onde afirmou que a ordem já havia sido assinada e entraria em vigor de imediato. A informação foi divulgada pelo jornal israelense Haaretz, através da <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2025-03/israel-anuncia-corte-do-fornecimento-de-eletricidade-faixa-de-gaza">Lusa</a>.
“Assinei uma ordem para cortar imediatamente a eletricidade na Faixa de Gaza - chega de conversa, é hora de agir”, declarou Cohen. Ele acrescentou que Israel utilizará “todos os meios à sua disposição para garantir o regresso de todos os reféns israelenses” e afirmou que “o Hamas não permanecerá em Gaza depois da guerra”.
De acordo com Haaretz, a única eletricidade que Israel ainda fornecia à Faixa de Gaza era destinada ao funcionamento da estação de tratamento de esgoto, serviço que também será interrompido com essa nova determinação. Os poucos hospitais que seguem operando no território palestino dependem agora exclusivamente de geradores movidos a combustível, cuja escassez já compromete o atendimento médico.
A medida ocorre uma semana após Israel ter proibido a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, decisão que o Hamas classificou como “uma tentativa flagrante de fugir ao acordo (de cessar-fogo) e evitar entrar em negociações para a segunda fase”.
“Com o fim da fase 1 (...), o primeiro-ministro Netanyahu decidiu que, a partir desta manhã, cessará toda a entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza”, declarou o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu em um comunicado oficial no último dia 2 de março.
O cessar-fogo interrompeu temporariamente os combates mais mortíferos já registrados entre Israel e Hamas, iniciados após o ataque do grupo palestino ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023. Esse ataque resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas, a maioria civis, e no sequestro de 251 reféns. Desde então, grande parte dos sequestrados foi libertada por meio de acordos de cessar-fogo ou outras negociações.
Por outro lado, os bombardeios israelenses em Gaza já deixaram um saldo de mais de 48.000 mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino. A escalada do conflito e o agravamento da crise humanitária na região continuam a gerar condenação internacional e pedidos de cessar-fogo definitivo.

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