247 - A agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou nesta sexta-feira (26) o Rating Nacional de Longo Prazo ‘A (bra)’ da Alliança Saúde e Participações S.A., mantendo a perspectiva positiva. A decisão reflete a visão de que a companhia, especializada em medicina diagnóstica, deve continuar a ampliar escala e rentabilidade, mesmo em um setor altamente competitivo.
Segundo a Fitch, o perfil de crédito da Alliança é sustentado por eficiência operacional crescente, melhora de margens e gestão financeira disciplinada, apesar da escala mediana e da concentração de receitas em exames de imagem – que representam 86% da receita e exigem maior intensidade de capital.
<h2>Expansão e ganhos de produtividade</h2>
Fundada em 2010, a Alliança reúne 25 empresas, mais de 90 unidades ambulatoriais e presença em 20 hospitais. Em junho de 2025, a companhia operava 82 unidades de atendimento, 106 equipamentos de ressonância magnética (RM) e 173 salas de coleta, com forte concentração de receitas em São Paulo, Minas Gerais e Bahia (84%).
A Fitch projeta que a Alliança alcance 110 máquinas de RM em 2025 e 134 em 2026, com produtividade média de 30 a 31 exames por máquina/dia, frente a um aumento de 40% no indicador desde 2022. O segmento de ressonância representa 35% da receita da empresa.
<h2>Melhora financeira e perspectiva positiva</h2>
A margem Ebitda subiu para 18% no primeiro semestre de 2025, retomando níveis pré-pandemia, após uma média de apenas 10% entre 2021 e 2023. A Fitch espera que a margem se mantenha entre 17% e 19% nos próximos anos, impulsionada por digitalização de processos, renegociação de fornecedores, fechamento de unidades deficitárias e reestruturação de pessoal.
A agência também prevê índice dívida líquida/Ebitda abaixo de 2,5 vezes em 2025 e 2026 — um patamar considerado sólido para a categoria, bem abaixo da média de 8,3 vezes registrada entre 2021 e 2023. O Ebitda pré-IFRS deve ficar entre R$ 220 milhões e R$ 255 milhões no biênio, enquanto o fluxo de caixa livre tende a ser positivo em 2025, ao redor de R$ 70 milhões, mesmo com investimentos próximos a R$ 80 milhões.
<h2>Estratégia de crescimento</h2>
A Alliança tem R$ 172 milhões em dívidas a vencer até dezembro de 2025, mas a Fitch considera que a empresa terá êxito em refinanciar seus passivos de curto prazo e alongar o perfil da dívida, reduzindo riscos de liquidez. A companhia recebeu R$ 511 milhões em aportes de capital entre setembro de 2023 e dezembro de 2024, além de um futuro aumento de capital de R$ 532 milhões referente à assunção de dívidas.
As aquisições da Cura e da Meddi (esta última ainda sujeita à aprovação do Cade) devem adicionar cerca de R$ 300 milhões ao faturamento bruto a partir de 2026. A Fitch avalia que esses movimentos, somados ao fortalecimento das parcerias comerciais com operadoras e hospitais, reforçam a expectativa de crescimento gradual e sustentável, que sustenta a perspectiva positiva do rating.
A agência ressalta, porém, que atrasos no refinanciamento da dívida ou uma deterioração na geração de caixa poderiam levar a uma ação de rating negativa no curto prazo.

Guilherme Paladino

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Economia

Fitch mantém rating 'A' da Alliança Saúde com perspectiva positiva

247 - A Alliança Saúde e Participações S.A. (B3: AALR3) comunicou ao mercado nesta segunda-feira (14) a assinatura de contratos com os sócios do Grupo Meddi, selando a aquisição de 100% do capital social de 18 empresas que compõem o grupo baiano. A informação foi divulgada por meio de Fato Relevante publicado no site da companhia.
O Grupo Meddi é considerado o maior operador privado e independente de medicina diagnóstica do Nordeste. Com mais de quatro décadas de atuação, conta atualmente com 96 unidades de atendimento distribuídas por 32 cidades da Bahia — entre clínicas de diagnóstico por imagem, laboratórios de análises clínicas e postos de coleta em hospitais — cobrindo uma população estimada em mais de 12 milhões de pessoas. Nos últimos 12 meses, o grupo registrou uma Receita Bruta aproximada de R$ 250 milhões, destacando-se por sua alta rentabilidade e baixa alavancagem.
Estrutura da operação e valor da transação - O valor global da operação é de R$ 252 milhões, sendo uma parte relevante paga com ações da própria Alliança, dentro de um modelo de incorporação. A relação de troca será determinada com base na média ponderada pelo volume de negociação das ações nos 60 pregões anteriores à data de fechamento, limitada a um intervalo de preço que represente um valor justo para ambas as partes. O valor restante será pago ao longo de cinco anos, conforme os termos estabelecidos no contrato.
Segundo o comunicado, as ações entregues aos vendedores estarão sujeitas a um período de restrição de negociação (“lock-up”), de acordo com prazos definidos contratualmente. A empresa destacou que a estrutura da operação demonstra a confiança mútua entre as partes e o alinhamento estratégico em torno do potencial de valorização da Alliança.
Expansão estratégica e fortalecimento da operação - A aquisição do Grupo Meddi se insere na estratégia de crescimento disciplinado da Alliança, que prioriza ativos com alta rentabilidade, forte capilaridade e potencial de sinergia operacional. A baixa dívida do grupo baiano também contribuirá para a redução da alavancagem consolidada da Alliança, fortalecendo seu balanço financeiro.
Com a conclusão desta operação — somada à aquisição previamente anunciada das unidades paulistas do Grupo Cura e à expansão da Parceria Público-Privada com o Estado da Bahia — a companhia prevê um aumento de R$ 500 milhões em sua Receita Operacional Bruta. Esse movimento posiciona a Alliança como o maior operador de medicina diagnóstica do Nordeste, ao mesmo tempo em que amplia de forma expressiva a participação das análises clínicas em sua receita total.
Próximos passos e aprovações pendentes - A efetivação da transação ainda depende do cumprimento de condições precedentes usuais em processos do tipo. Entre elas, estão a reorganização societária das empresas do Grupo Meddi e de suas holdings, a aprovação da incorporação em assembleia geral extraordinária da Alliança e o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A companhia informou que manterá o mercado e seus acionistas atualizados sobre o andamento da transação e a convocação da AGE que deliberará sobre a incorporação.

Redação Brasil 247

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Alliança Saúde anuncia aquisição do Grupo Meddi e consolida liderança no Nordeste

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