247 - Em entrevista à TV 247, o cientista político Antônio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), avaliou a repercussão política da megaoperação policial no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. Para ele, Lula reagiu de forma equilibrada à crise, mas o governo federal ainda precisa consolidar uma estratégia clara para lidar com o tema da segurança pública.
“O Lula agiu bem, mas agirá melhor se implementar algo coerente com esse posicionamento. O caminho não é tiro e bomba, mas também não é apenas atacar o coração financeiro do crime”, afirmou Lavareda.
O especialista destacou que as pesquisas de opinião indicam apoio majoritário da população às ações policiais, mesmo com as denúncias de abusos e o número elevado de mortes. “As pesquisas dos diversos institutos revelam, de forma geral, um apoio majoritário da sociedade à chamada megaoperação do Rio de Janeiro”, disse. 
Segundo ele, esse apoio vem acompanhado de insegurança. “Muitos dizem que passaram a ter mais medo do que poderá ocorrer depois da operação”, completou.
Para Lavareda, o governador Cláudio Castro (PL) conseguiu capitalizar politicamente o episódio, enquanto o governo federal perdeu espaço na narrativa pública.
“Quem está ganhando até agora, do ponto de vista da comunicação e da política, é a oposição. O governo Castro fez uma operação de comunicação mais organizada até do que a operação policial”, afirmou.
O cientista político observou que o tema da segurança devolveu protagonismo a Castro, que enfrentava um processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dificuldades políticas. “Até a véspera da operação, o governador não tinha vaga garantida ao Senado e enfrentava um julgamento difícil. Hoje, ninguém aposta em sua cassação”, avaliou.
Lavareda também apontou falhas na comunicação do governo federal, que, segundo ele, foi tímida mesmo após o êxito da Operação Carbono Oculto, conduzida pelo Ministério da Justiça para atingir as finanças do crime organizado.
“Foi uma ação superexitosa, mas o governo teve uma comunicação tímida, com receio de parecer que estava explorando politicamente o resultado”, afirmou.
Ele avaliou que o episódio resultou em pequena perda de popularidade para o presidente. “A conjuntura subtrai popularidade e quem ganhou a batalha da comunicação foi a oposição”, disse.
Lavareda defendeu que o enfrentamento ao crime organizado deve combinar operações de inteligência e ações presenciais do Estado em territórios dominados por facções.
“O Brasil precisa de operações como a Carbono Oculto, que atingem as finanças do crime, e também de ações de recuperação de territórios. As duas mãos precisam se unir. Sem destruir as fontes de financiamento, o crime se reproduz”, explicou.
Segundo ele, Lula precisa equilibrar firmeza e racionalidade — sem ceder à lógica da violência, mas também sem se afastar das preocupações da população com segurança.
“O desafio do governo é reconstruir sua narrativa sobre segurança pública com coerência e equilíbrio. A comunicação precisa acompanhar a política”, concluiu.
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Dayane Santos

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Entrevistas

Lavareda: “Lula agiu bem, mas precisa ser coerente e buscar equilíbrio na segurança pública”

247 - O cientista político Antonio Lavareda afirmou neste sábado (5), em entrevista à CNN Brasil, que o governo Lula e o presidente podem comemorar os resultados da mais recente pesquisa Datafolha, que mostra um aumento na taxa de aprovação da gestão federal. 
"O governo parou de piorar e vem melhorando. A mudança no Datafolha é significativa", avaliou, destacando a capacidade de articulação do governo com o Congresso e medidas populares como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e o crédito consignado para trabalhadores. 
"O governo passou a utilizar a vantagem do incumbente, além do forte teor de publicidade governamental. É assim que os governos conseguem reagir", afirmou. "O Sidônio (Palmeira, ministro-chefe da Secom) deve comemorar muito. O presidente Lula pode comemorar". 
O governo do presidente Lula deu sinais de recuperação em sua popularidade após meses de desgaste. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, a aprovação de seu governo cresceu cinco pontos percentuais, passando de 24% em fevereiro para 29% em abril. Embora a reprovação ainda seja numericamente maior (38%), caiu em relação ao pico de 41% registrado em fevereiro. A avaliação regular se manteve estável, em 32%.

Leonardo Sobreira

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Poder

"Lula pode comemorar. Governo parou de piorar e vem melhorando", diz Antonio Lavareda sobre Datafolha

247 - O cientista político Antonio Lavareda afirmou neste sábado (14) que a prisão do general Walter Braga Netto reforça a percepção da opinião pública brasileira de que houve risco real de um golpe de Estado no Brasil em 2022. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) divulgada nesta semana mostra que seis em cada dez brasileiros acreditam que o país sofreu o risco de um golpe.
“Prisões e novas revelações de hoje com certeza só fortalecem essas percepções dos brasileiros”, escreveu Lavareda.
A pesquisa intitulada "A democracia que temos e a democracia que queremos", foi realizada pelo Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Ipespe, com apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
De acordo com as estatísticas, 69% dos entrevistados consideraram que as fake news atrapalham e confundem muito durante as eleições. Além disso, 70% acreditam que as redes sociais e o WhatsApp deveriam ser regulamentados por leis para combater a propagação de fake news.
Os dados também indicaram que a “liberdade” é a ideia-síntese mais associada à democracia, seguida de igualdade, direitos e participação. Para 36% dos entrevistados, a democracia no Brasil precisa melhorar. No entanto, 70% da população acreditam que a democracia está ameaçada, enquanto 25% consideram que ela está segura.
A pesquisa revelou ainda que 70% dos brasileiros preferem a democracia a qualquer outra forma de governo, e 81% concordam que, apesar de ter problemas, é o melhor regime político.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Prisões e novas revelações de hoje com certeza só fortalecem essas percepções dos brasileiros. Fonte: A Democracia que temos e a Democracia que queremos - dezembro 2024. Pesquisa realizada para o Observatório da Democracia da AGU <a href="https://t.co/TKiRoLQDTb">pic.twitter.com/TKiRoLQDTb</a>&mdash; Antonio Lavareda (@LavaredaAntonio) <a href="https://twitter.com/LavaredaAntonio/status/1867969127207374909?ref_src=twsrc%5Etfw">December 14, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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Brasil

‘Prisões de hoje só reforçam a percepção dos brasileiros sobre o risco de golpe’, diz Antonio Lavareda

247 - O cientista político Antonio Lavareda atribuiu o fracasso do plano golpista, após a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, à pressão do governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Joe Biden, que incluiu ações no âmbito militar.&nbsp;
"Se a gente precisar construir um monumento de homenagem a um herói da resistência, que evitou o golpe, vai ser uma heroína, a general Laura Jane. Foi a presença dela aqui, a mando de Joe Biden, que de fato teve impacto dissuasório", disse Lavareda, em entrevista ao <a href="https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/12/08/quem-evitou-golpe-em-2022-foram-os-eua-entrevista-antonio-lavareda.htm">UOL</a>.&nbsp;
A general de Exército dos EUA Laura J. Richardson, comandante do Comando Sul dos EUA, afirmou em entrevista à BBC, em maio de 2023, que os militares brasileiros não buscaram apoio para um golpe de Estado.&nbsp;

Lavareda: pressão militar de Biden impediu golpe no Brasil

247 – O candidato Guilherme Boulos (PSOL) enfrenta um desafio histórico nas eleições para a Prefeitura de São Paulo, segundo o cientista político Antonio Lavareda. Em <a href="https://www.estadao.com.br/politica/ultimas-48-horas-foram-decisivas-para-eleicao-em-sao-paulo-diz-cientista-politico/">entrevista</a> ao jornal Estado de S. Paulo, Lavareda explicou que, das sete eleições de segundo turno já realizadas na cidade, em seis delas o candidato que ficou em primeiro lugar no primeiro turno também venceu no segundo. “A tarefa é difícil”, pontuou. A vantagem de Ricardo Nunes (MDB), além de ter liderado a primeira etapa, está nas ações que ele desenvolveu nas regiões periféricas da capital. "Boulos precisa enfrentar um incumbente que se posiciona como alguém da periferia e que já realizou obras significativas nessas áreas."
Lavareda também destacou que o apoio dos eleitores que ficaram fora do segundo turno será crucial para determinar o desfecho da disputa. "O comportamento desses eleitores é decisivo, especialmente considerando o peso do terceiro colocado [Marçal] e seu posicionamento ideológico à direita, o que naturalmente favorece Nunes", avaliou.
Segundo Lavareda, as últimas 48 horas antes do primeiro turno foram determinantes para o cenário atual. Quatro eventos em sequência definiram o rumo da disputa. O primeiro foi a divulgação de um laudo falso por Pablo Marçal (PRTB) na sexta-feira, dia 4, gerando um efeito negativo que prejudicou sua campanha. Em seguida, a declaração de apoio de Jair Bolsonaro a Ricardo Nunes, durante uma live na mesma noite, impulsionou o emedebista.
Boulos, por sua vez, se beneficiou da comprovação de que o documento que o associava ao uso de drogas era falso, além de ter contado com o apoio público de Lula em um ato realizado no sábado, dia 5. “Esses eventos em sequência, especialmente tão próximos do dia da votação, foram decisivos para o resultado do primeiro turno”, concluiu Lavareda.

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