247 - Os Estados Unidos rejeitaram nesta quarta-feira (5) o plano de reconstrução da Faixa de Gaza proposto pelo Egito, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes. "A proposta atual não aborda a realidade de que Gaza atualmente é inabitável, e os residentes não podem viver de forma humana em um território coberto de escombros e munições não detonadas", afirmou o norte-americano.&nbsp;
De acordo com o porta-voz, o presidente dos EUA, Donald Trump, continua comprometido com seu plano de "reconstruir Gaza livre do Hamas". "Esperamos mais conversas para trazer paz e prosperidade à região", dizia a declaração. A entrevista foi concedida à emissora CBS News.
A rejeição dos EUA foi anunciada em um contexto no qual o presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou tomar o controle do território palestino, onde, segundo o Ministério da Saúde local, o genocídio cometido por Israel já matou cerca de 50 mil pessoas desde outubro de 2023.
O presidente egípcio, Abdel Fattah Sisi, afirmou nesta terça-feira (4) que os participantes da cúpula de emergência da Liga dos Estados Árabes, no Cairo, aprovaram o plano do Egito para a reconstrução da Faixa de Gaza. A proposta prevê a construção de um aeroporto internacional e um porto comercial no enclave palestino.
No início de fevereiro, Trump chamou Gaza de "local de demolição" e disse que os EUA "assumiriam" sua reconstrução. Ele também sugeriu a realocação em massa de palestinos para outros países, como Egito e Jordânia.
Autoridades jurídicas da África do Sul denunciaram o governo israelense na Corte Internacional de Justiça pelo crime de genocídio na Faixa de Gaza. Sediada nos Países Baixos, a CIJ recomendou a paralisação do massacre, mas as forças de Israel continuam suas ofensivas no Oriente Médio.
Historicamente, o governo israelense tem os EUA como principal aliado. Em 2024, 12 senadores republicanos sionistas dos Estados Unidos ameaçaram o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, com consequências "graves" para ele, sua família e funcionários caso prosseguisse com um mandado de prisão para Netanyahu.
Também sediado nos Países Baixos, o TPI emitiu o mandado, mas o primeiro-ministro israelense continua solto.
<h2>Cessar-fogo</h2>
Antecessor de Trump na presidência norte-americana, Joe Biden negociou um cessar-fogo de seis semanas, que termina em 1º de março.
Pelo acordo, Israel e Hamas, que ocupa a Faixa de Gaza, têm de trocar, gradualmente, quase 2000 prisioneiros palestinos em cadeias israelenses por 33 reféns capturados pelo grupo islâmico que ocupa a Faixa de Gaza. As negociações para a segunda fase de cessar-fogo ainda não começaram.

Leonardo Lucena

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EUA rejeitam proposta do Egito para reconstrução da Faixa de Gaza

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