247 - Uma candidata ao cargo de delegada da Polícia Civil de Santa Catarina foi eliminada do concurso público após a banca examinadora considerar seu casamento com um condenado por tráfico de drogas. A informação, divulgada inicialmente pelo portal <a href="https://www.metropoles.com/colunas/mirelle-pinheiro/candidata-a-delegada-e-expulsa-de-concurso-por-casar-com-ex-traficante">Metrópoeles</a>, revela que Lays Lopes Carneiro Barcelos, de 32 anos, já havia passado por quatro das oito etapas do certame, organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), quando foi reprovada na fase de investigação social.
A advogada ingressou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) para reverter a decisão. Ela argumenta que o marido, Guilherme Henrique de Souza, foi condenado antes do início do relacionamento do casal. "Começamos a namorar sete meses depois que ele deixou o crime", afirmou Lays. Em sua defesa, ela sustenta que sua reputação é íntegra e que a eliminação viola princípios como razoabilidade, proporcionalidade e pessoalidade — este último assegura que ninguém pode ser penalizado por atos de terceiros.
O desembargador João Henrique Blasi, relator do caso, concedeu liminar permitindo que a candidata continuasse no concurso. Em sua decisão, ele destacou que, sem a medida, seria "impossível ou extremamente difícil" reverter os efeitos da eliminação posteriormente. A FGV, no entanto, recorreu, defendendo que não houve violação aos direitos da candidata e pediu a improcedência da ação.
O caso reacende o debate sobre até que ponto a vida pessoal de um candidato pode influenciar sua admissão em carreiras públicas, especialmente em instituições policiais. Enquanto aguarda o desfecho judicial, Lays segue na disputa pelas vagas, sob decisão liminar.

Camila França

Lays Lopes Carneiro Barcelos luta judicialmente para participar do processo de seleção das vagas da Polícia Civil de Santa Catarina

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