247 - A transição energética ganha novo impulso no Brasil com o lançamento de um centro de pesquisa dedicado ao hidrogênio de baixa emissão de carbono. A iniciativa, anunciada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), prevê investimento de R$ 60 milhões para desenvolver soluções tecnológicas sustentáveis e aproximar a pesquisa científica do setor industrial.
O novo Centro de Competência será financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e faz parte da estratégia do governo para fortalecer a economia verde. O anúncio ocorreu durante o 4º Congresso Brasileiro do Hidrogênio, realizado em Brasília (DF).
<h2>Compromisso com a descarbonização</h2>
Em mensagem enviada durante viagem oficial à Indonésia e à Malásia, a ministra do MCTI, Luciana Santos, destacou a relevância do projeto diante da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em Belém (PA).
“Essa ação ganha ainda mais relevância num momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP30 com a missão de ser o centro das discussões globais sobre o clima. [...] Não há como enfrentar a crise climática sem ciência e sem investimento público”, afirmou a ministra.
O centro será voltado a Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) públicas ou privadas sem fins lucrativos, com infraestrutura adequada e experiência comprovada em pesquisa aplicada à indústria. As inscrições para participação ficam abertas até 24 de novembro, e o resultado está previsto para maio de 2026.
<h2>Inovação e desenvolvimento tecnológico</h2>
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Daniel Almeida Filho, destacou que a criação do centro reforça a política nacional de incentivo à ciência e à inovação.
“O MCTI entende ser necessário investir cada vez mais em desenvolvimento científico, tecnológico e inovador, fazendo com que tecnologias antes inacessíveis se tornem realidade para o povo brasileiro”, afirmou.
Almeida lembrou ainda que a Embrapii já mantém centros de competência em áreas estratégicas, como inteligência artificial, tecnologias imersivas, vacinas e tecnologias quânticas.
“O centro de competência Embrapii trabalha para aproximar o desenvolvimento acadêmico da aplicação prática. Essa é uma das grandes especialidades da instituição”, acrescentou.
<h2>Hidrogênio como vetor da nova economia</h2>
O presidente da Embrapii, Álvaro Toubes Prata, ressaltou que o hidrogênio representa um dos pilares da transição energética global e pode transformar a matriz industrial brasileira.
“A Embrapii fortalece as pesquisas na área de hidrogênio por meio de suas unidades e centros de competência, com 17,8 mil colaboradores em todo o país. Nosso objetivo é transformar conhecimento científico em inovação com impacto econômico, social e competitivo”, afirmou.
Já o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, destacou que a transição ecológica vai além da descarbonização e envolve o fortalecimento da inovação nacional.
“Essa chamada para um centro de competência de hidrogênio materializa os objetivos de uma indústria com grande potencial para o Brasil, que deixa de ser apenas usuária e passa a desenvolver novas tecnologias”, pontuou.
<h2>Pesquisa aplicada e oportunidades</h2>
O novo centro gerenciará linhas de pesquisa voltadas à produção de hidrogênio com baixa emissão de carbono, com foco em setores como siderurgia, transporte, cimento, fertilizantes, combustíveis e energia elétrica. Além disso, serão desenvolvidas soluções para armazenamento, transporte e segurança do combustível.Atualmente, a Embrapii conta com nove centros de competência em temas como tecnologias quânticas, 5G/6G, cibersegurança, mobilidade elétrica e agricultura digital, que servem como referência para inovação industrial e parcerias entre universidades, startups e empresas.
<h2>Congresso Brasileiro do Hidrogênio</h2>
O 4º Congresso Brasileiro do Hidrogênio (4CBH2), realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília, segue até o dia 25 de outubro. O evento reúne especialistas, pesquisadores e representantes do setor produtivo para discutir o papel do hidrogênio na transição energética.A programação inclui painéis técnicos, feira de negócios e encontros de networking, com foco em temas como modelos de mercado, diversidade de produção e integração do hidrogênio nas políticas ambientais, em sintonia com as discussões internacionais da COP30.

Otávio Rosso

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Brasil Sustentável

Brasil anuncia investimento de R$ 60 milhões em centro para hidrogênio limpo

247 - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou 13 projetos para a instalação de plantas de hidrogênio verde no Brasil. Foi o primeiro pacote no País focado na produção do insumo, com o objetivo de substituir combustíveis fósseis e reduzir emissões de gases do efeito estufa. O prazo para execução de todas as propostas é de até 48 meses e começa a valer em 2025.
Os projetos totalizam um investimento de R$ 1,486 bilhão, sendo R$ 1,119 bilhão proveniente do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Aneel, financiado por repasses das empresas do setor. Outros R$ 367 milhões serão investidos diretamente pelas empresas, como uma contrapartida de cada projeto. A informação foi publicada na Folha de S.Paulo.
O programa pretende estimular empresas do setor elétrico a produzir hidrogênio, a partir de instalações existentes, seja de fonte hidráulica, eólica, biomassa, solar, nuclear ou térmica. No processo chamado de eletrólise, as moléculas de água são divididas, separando hidrogênio e oxigênio. Em consequência é produzido esse hidrogênio verde, usado na substituição de combustíveis fósseis (óleo, carvão ou gás).
A Petrobras é dona do maior projeto, que é a construção de uma planta piloto para a produção do hidrogênio. A ideia é que o empreendimento seja integrado a uma refinaria de petróleo da empresa, no Rio de Janeiro, para uso do insumo pelo setor petroquímico. São R$ 497 milhões nessa iniciativa, dos quais R$ 259 milhões serão injetados como contrapartida pela empresa.
A Neoenergia, que é dona da Itapebi Geração de Energia, hidrelétrica localizada na divisa da Bahia e Minas Gerais, teve quatro propostas aprovadas que chegam a R$ 569,4 milhões de investimentos em quatro plantas piloto - duas na Bahia, uma em São Paulo e outra em Pernambuco.
Três projetos da China Three Gorges (CTG Brasil), dona da Rio Paraná Energia, também tiveram aprovação. O objetivo é erguer plantas em Mato Grosso do Sul e Pernambuco, além de uma unidade de desenvolvimento de peças, em localidade ainda a definir. Os empreendimentos somam R$ 102,7 milhões.
A Eneva, que atua na extração de gás no Maranhão, será responsável por duas plantas-piloto, em São Paulo e no Ceará, com aporte total de R$ 64,9 milhões. Os outros três projetos aprovados pertencem à Cemig, Eletronorte e Furnas. As propostas totalizam R$ 252 milhões. Os empreendimentos vão ajudar na produção de aço e na siderurgia em geral, com redução do uso do combustível fóssil.
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