247 - O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), fez um alerta nesta quarta-feira (23) para os prejuízos do tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que citou o inquérito da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro (PL) como justificativa para a guerra comercial.
"Vamos defender o Brasil, os nossos empregos e empresários”, afirmou o parlamentar, um dos oito membros da comitiva que viajará aos Estados Unidos neste fim de semana para negociar o tarifaço. “Não nos interessa ter uma briga num comércio de 206 anos que temos com os americanos".
De acordo com a Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o tarifaço de Trump tem como resultado perdas estimadas em até R$ 175 bilhões no longo prazo para o Brasil. A guerra comercial pode levar a uma baixa de 1,49% no Produto Interno Bruto (PIB) e gerar um impacto negativo de mais de 1,3 milhão de postos de trabalho no território brasileiro.
Num cenário hipotético, em que o Brasil responda aos EUA com taxação de 50% sobre importações americanas, a queda no PIB brasileiro pode ser de até R$ 259 bilhões (2,21%), afetando o número de empregos ( -1.934.124), massa salarial (- R$ 36,18 bilhões) e a redução da arrecadação de impostos (- R$ 7,21 bilhões).
Os EUA são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 40,4 bilhões aos Estados Unidos, representando 1,8% do PIB nacional. Entre os produtos mais enviados estão combustíveis minerais, ferro e aço, máquinas e equipamentos mecânicos, aeronaves e café.
Atualmente, o Brasil figura entre os dez maiores destinos das exportações dos EUA, recebendo anualmente cerca de US$ 60 bilhões em produtos e serviços vindos do país norte-americano. Mais de 6.500 pequenos negócios nos Estados Unidos contam com insumos originários do Brasil. Aproximadamente 3.900 companhias americanas possuem capital investido em território brasileiro.
Contexto
Neste mês, o governo norte-americano anunciou aumento de 50% nas tarifas aplicadas a produtos exportados pelo Brasil, citando o inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro (PL) como um dos fatores que motivaram a decisão. Washington ainda deu início a uma apuração sobre a conduta comercial brasileira.
Diante da escalada do conflito econômico liderado pela Casa Branca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou veementemente a posição adotada pelos EUA e declarou que o Brasil responderá com base na Lei de Reciprocidade Econômica.
Essa norma jurídica autoriza o país a reagir a barreiras comerciais impostas por outros governos, por meio da revisão de concessões internacionais, restrição a investimentos estrangeiros e alterações nas exigências relativas à propriedade intelectual e patentes.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">O <a href="https://twitter.com/hashtag/Brasil?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#Brasil</a> está disposto a dialogar com os Estados Unidos, mas defendendo a sua soberania. Essa é a missão que um grupo de 8 senadores, eu incluso, pretende cumprir em viagem ao país americano no final dessa semana. A nossa expectativa é de ter sucesso nessa negociação, afinal,… <a href="https://t.co/zMra0HiVuL">pic.twitter.com/zMra0HiVuL</a>&mdash; Jaques Wagner (@jaqueswagner) <a href="https://twitter.com/jaqueswagner/status/1948095132282097863?ref_src=twsrc%5Etfw">July 23, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Leonardo Lucena

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Jaques Wagner repudia guerra comercial de Trump: 'vamos defender o Brasil, os nossos empregos e empresários'

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