247 - O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, enviou uma mensagem ao Fórum Mundial de Alimentação 2025, destacando o papel da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e criticando os efeitos de guerras e sanções sobre a segurança alimentar global, informa a agência Prensa Latina.
De acordo com um comunicado da presidência cubana, Díaz-Canel ressaltou que o fórum coincide com o 80º aniversário da FAO, organização que mantém "fortes e históricos laços de cooperação" com Havana. O líder cubano afirmou que a parceria foi essencial para impulsionar a produção agrícola, a nutrição e o desenvolvimento sustentável em seu país.
<h3>Cooperação entre Cuba e FAO</h3>
Em seu discurso, Díaz-Canel sublinhou que Cuba foi um dos membros fundadores da FAO e destacou que a instituição tem desempenhado papel estratégico no apoio ao desenvolvimento agrícola da ilha. “Cuba pode atestar esses esforços e apoio”, afirmou, lembrando que a FAO forneceu assistência técnica, recursos e contribuiu para a consolidação de instituições científicas de alto nível no setor.
O presidente também enfatizou que Havana compartilhou sua experiência com outros países por meio da cooperação Sul-Sul, promovendo a troca de conhecimento e tecnologia para fortalecer sistemas agroalimentares em nações em desenvolvimento.
Segundo ele, os projetos conjuntos envolvem ainda temas como mudanças climáticas, conservação da biodiversidade e empoderamento de mulheres e jovens em áreas rurais. “Com o apoio da FAO, 13 projetos abrangendo 59 municípios serão implementados em Cuba em 2025”, informou.
<h3>Contexto global e desafios</h3>
Díaz-Canel recordou que a FAO nasceu no pós-guerra, quando milhões enfrentavam a fome na Europa devastada, e destacou que o desafio persiste. “Alcançar um mundo livre de fome e desnutrição continua sendo uma tarefa urgente”, declarou.
Para o líder cubano, o cenário internacional se tornou ainda mais complexo nas últimas décadas, marcado por conflitos armados, crise climática e desigualdades crescentes. “Ao longo dessas oito décadas, o mundo se tornou mais complexo, injusto e arriscado para dezenas de milhões de seres humanos”, avaliou.
<h3>Críticas a sanções e guerras</h3>
Díaz-Canel voltou a criticar o bloqueio imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, classificando-o como um entrave ao desenvolvimento do país. Ele também fez referência à guerra contra a Palestina, que, segundo ele, simboliza a tentativa das potências ocidentais de subjugar povos que lutam por independência e autodeterminação.
“Enquanto isso, a ordem internacional injusta, as consequências do colonialismo, do neocolonialismo e a profunda pobreza induzida por esses fatores, juntamente com as mudanças climáticas, impactam vastas áreas do Sul Global”, declarou.
<h3>Significado do Fórum</h3>
O presidente cubano concluiu ressaltando a importância do Fórum Mundial de Alimentação e suas diretrizes centradas em juventude, ciência, inovação e investimento. Para ele, os pilares do encontro representam caminhos para acelerar a transformação dos sistemas agroalimentares e atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Díaz-Canel afirmou que o 80º aniversário da FAO é sentido como uma celebração também de Cuba, pela trajetória conjunta na busca de soluções contra a fome e a desigualdade.

José Reinaldo

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América Latina

Díaz-Canel elogia papel da FAO e critica bloqueio dos EUA em mensagem ao Fórum Mundial de Alimentação

Reuters - Os preços mundiais dos alimentos subiram em outubro, atingindo a maior alta em 18 meses, com os óleos vegetais liderando os aumentos observados na maioria dos alimentos básicos, mostraram dados das Nações Unidas nesta sexta-feira.
O índice de preços compilado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para acompanhar os produtos alimentícios mais comercializados globalmente aumentou para 127,4 pontos no mês passado, 2% acima dos 124,9 pontos revisados em setembro.
Isso fez com que o índice subisse 5,5% em relação ao ano anterior e marcasse seu maior valor desde abril de 2023, embora tenha ficado 20,5% abaixo do recorde de março de 2022, alcançado após a invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo os dados.
Os preços de todas as categorias subiram, com exceção da carne. Os óleos vegetais saltaram mais de 7% em relação ao mês anterior, apoiados por preocupações com a produção de óleo de palma, disse a FAO.
O índice geral ampliou os ganhos de setembro, quando atingiu o maior valor desde julho de 2023 devido ao aumento dos preços do açúcar.
As preocupações persistentes com as perspectivas de produção para 2024/25 no Brasil sustentaram um aumento mais moderado dos preços do açúcar em outubro, quando avançaram 2,6%, informou a FAO.
Os preços dos cereais subiram 0,8% em relação a setembro.
O trigo também registrou alta em meio a preocupações com as condições de plantio no hemisfério norte e após a introdução de um piso não oficial para os preços de exportação da Rússia, enquanto o milho também subiu, segundo a FAO.
Os preços dos laticínios subiram quase 2%, apoiados pelo queijo e pela manteiga, que registraram forte demanda e oferta limitada, informou a agência.

Economia

Preços mundiais dos alimentos atingem em outubro maior alta em 18 meses, diz FAO

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